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ECONOMIA

Como usar o dinheiro das contas inativas do FGTS

Veja sugestões de especialistas para quem tem direito a sacar os recursos do Fundo

Redação iBahia • 05/04/2017 às 16:17 • Atualizada em 26/08/2022 às 19:00 - há XX semanas

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Após sacar os recursos das contas inativas do Fundo de Garantia, o trabalhador pode ficar na dúvida sobre onde usar o dinheiro do FGTS. Especialistas ouvidos pelo GLOBO recomendam, antes de qualquer coisa, quitar dívidas para evitar pagamento de juros e multas. Para quem está com as contas em dia, a sugestão também é sacar e procurar uma aplicação mais rentável que o FGTS. Para aqueles que já pensavam em empreender, mesmo na crise, o FGTS é um reforço de capital de giro ou na entrada de um pequeno negócio, dizem os especialistas. Veja o que eles ensinam:
Para quem tem dívidas
Para quem pode investir
Até R$ 5 mil
Acima de R$ 5 mil
Acima de R$ 100 mil
Para quem quer empreender
Para quem tem dívidas
- Quem tem qualquer tipo de dívida deve sacar todo o dinheiro depositado na conta inativa do FGTS e quitá-la o mais rápido possível para evitar o pagamento de juros, dizem os especialistas. Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), recomenda que quem está endividado deve quitar primeiro as dívidas mais caras, como cartão de crédito (juros médios de 484,6% ao ano, segundo o Banco central) e cheque especial (328,6% ao ano).
- Se a pessoa está com o nome na lista de inadimplentes dos serviços de proteção ao crédito, porque atrasou pagamento de prestações, esta também é uma boa oportunidade de negociar com os credores e limpar o nome, diz Ribeiro.
- Aqueles que têm um bem financiado, por exemplo um carro, em 60 meses, ou uma geladeira, em dez vezes, podem antecipar o pagamento de algumas prestações, com o desconto dos juros.
- Ricardo Humberto Rocha, professor de Finanças do Insper, pondera que se a pessoa, além de endividada, está desempregada, pode ter necessidades mais imediatas, como pagar um conta no supermercado ou comprar material escolar do filho.

Para quem pode investir

- O rendimento do FGTS é muito baixo: 3% ao ano, mais Taxa Referencial (TR), o que dá um rendimento de 5% ao ano. Qualquer aplicação rende mais do que o FGTS, até mesmo a poupança, dizem os especialistas.
- As aplicações de renda fixa são mais recomendadas para quem quer preservar os recursos, diz Pedro Raffy Vartanian, professor de economia e pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica.
- Para Raffy, além da renda fixa, CDBs que ofereçam pelo menos 95% do CDI (certificado de depósito interbancário, taxa usada para empréstimo entre os bancos), com prazo mínimo de dois anos, também são alternativa melhor que a poupança.
- Quem está acostumado a aplicar em ações pode direcionar apenas 10% do total do FGTS sacado poderia ir para Bolsa. Mas só para aqueles que estejam pensando em planos longuíssimo prazo, como uma previdência complementar.
Até R$ 5 mil
A poupança é o investimento mais indicado, indica Ribeiro de Oliveira, da Anefac. A caderneta não tem Imposto de Renda ou taxa de administração, cobrados nos fundos de renda fixa.
Acima de R$ 5 mil
A recomendação é procurar fundos de investimento em bancos, sempre optando pela combinação da maior rentabilidade com a menor taxa de administração. Nesse caso, adverte Ribeiro de Oliveira, qualquer taxa acima de 2,5%, num cenário de queda de juros, vai comprometer a rentabilidade, tornando mais vantajoso voltar à poupança.Outras opções seriam o CDB ou o Tesouro Direto, sempre atento às taxas de rentabilidade. No caso do CDB, ele recomenda títulos que paguem ao menos 85% da rentabilidade dos CDIs.
Acima de R$ 100 mil
A melhor opção é um fundo de renda fixa, mas é preciso negociar taxas de administração melhores (entre 0,3% e 1% ao ano). Títulos de renda fixa prefixados, aplicação em que a taxa de juro é definida no momento da aplicação, são uma opção interessante neste cenário de queda de juros, diz Ribeiro de Oliveira.
Rocha, do Insper, diz que quem está começando uma reserva para emergências deve privilegiar aplicações com liquidez, como fundos de renda fixa. A taxa ideal é em torno de 0,5%. Quem já tem uma reserva para emergências pode pensar num projeto de previdência complementar, aplicando em títulos do Tesouro Direto, como uma NTN-B atrelada ao IPCA, de longo prazo.
Para quem quer empreender
- Com a economia em recessão, as vendas em queda e a confiança do consumidor ainda ressabiada, este não é ,o momento para empreender, observa Ribeiro de Oliveira. A não ser que a pessoa tenha se planejado nos últimos seis meses, e venha estudando o mercado onde pretende atuar.
- Neste momento, o melhor é aplicar o dinheiro e esperar a recuperação da economia, que deve ser lenta, mas pode começar a partir do segundo semestre, diz ele.- Rocha, do Insper, afirma que se a pessoa já fez um plano de negócios simples, tem uma retaguarda financeira e avaliou uma boa oportunidade de negócio o dinheiro do FGTS ajuda a tirar o negócio do papel.
- Embora as quantias a serem sacadas do FGTS não sejam tão elevadas, lembra ele, podem servir para complementar a entrada de um pequeno negócio, como carrinho de cachorro quente, por exemplo.
- Se o FGTS for maior, até R$ 10 mil, pode complementar a entrada num food truck ou num pequeno comércio.
- O recurso do FGTS também serve para aumentar o capital de giro de quem compra mercadorias nas capitais, como roupas, e revende no interior.
- Já Pedro Raffy Vartanian, do Mackenzie, lembra que quem não conseguiu voltar ao mercado de trabalho formal, e decide montar um negócio, mesmo não tendo experiência, pode usar o dinheiro do FGTS para apostar numa microfranquia. Há microfranquias online de vendas de cosméticos ou viagens que exigem investimento mínimo a partir de R$ 2 mil. A microfranquia, diz ele, compensa a falta de experiência para quem está começando a empreender.

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