A entrevista de emprego não é o monstro de 7 cabeças que muitas pessoas imaginam. Apesar de o processo seletivo ainda ser subvalorizado pelas empresas (principalmente pelas menos estruturadas e maduras), que gastam pouca energia e dinheiro para atrair as melhores pessoas e não desenvolvem os seus profissionais de RH para executarem o processo com maestria, o problema pela conquista ou não da vaga, geralmente, não é do recrutador e nem da empresa que oferece a vaga, mas, sim, do próprio candidato que insiste em não se preparar adequadamente para esta etapa.
Uma das minhas maiores motivações para escrever esses artigos é oferecer informação relevante (baseada em minhas experiências como recrutador, consultor e nas vivências das empresas e profissionais que atendi e já ajudei) para as pessoas que encontram alguma dificuldade em suas carreiras. Uma forma que encontro para fazer isso é mostrando algumas ações e pensamentos que, definitivamente, não funcionam. É disso que vou falar hoje!
1- Foco nos problemas ou na negatividade
Durante uma entrevista de emprego é comum alguns candidatos focarem tanto no problema que isto fica transparente na entrevista. Basta perguntar o motivo pelo qual saiu do último emprego ou qual o pior líder que já trabalhou, que alguns candidatos desatam a falar sobre as dificuldades vividas, reclamam das experiências que tiveram e apresentam como estes problemas afetaram o seu estado atual. Alguns ainda se colocam no papel de vítima e afirmam que as suas vidas só se encontram com problemas por conta de uma empresa ou de um chefe que tiveram.
Entenda o que você pode tirar de aprendizado do seu passado e mantenha isso em sua memória. As empresas não querem colaboradores presos a problemas e que tem na ponta da língua um culpado para a sua situação. As empresas querem profissionais que aprendem com as situações da vida, assumem os seus erros e aprendem a evitá-los, levando estas lições para o seu futuro e solucionando os problemas que aparecerem.
2- Utilizar a roupa inadequada
Todo ser humano faz um julgamento inicial baseado em diversos fatores, entre eles a sua postura e imagem. Se todo ser humano faz esta avaliação de forma automática para conduzir a sua vida e escolhe as pessoas com quem se relaciona, imagine o quão profunda pode ser a análise do recrutador, principalmente se ele tiver conhecimentos avançados de análise comportamental. A roupa inadequada reflete muito sobre a sua disposição para assumir a vaga e se você, realmente, conhece a empresa que está te recrutando.
Seja profissional. Entenda que a sua roupa e aparência são fundamentais para o seu sucesso no processo, afinal uma grande empresa arriscaria contratar alguém que possui uma postura ou imagem que possa denegrir a marca e a credibilidade que possui no mercado? NÃO!
3- Falar muito ou falar pouco
Este é outro fator que atrapalha muito os candidatos. Devido a ansiedade, insegurança ou vontade de provar que está apto para a posição, os profissionais podem se estender muito em suas respostas e outros podem ser objetivos demais. Conseguir encontrar um meio termo para as suas respostas, utilizando o nível de detalhe adequado é fundamental. Geralmente respostas entre 1,5 e 3 minutos são mais que suficientes para que o recrutador tenha a informação necessária para entender e avaliar.
Perceba os sinais que o recrutador te dá ao longo da entrevista. Se após você responder uma pergunta o recrutador fizer um novo questionamento para entender melhor a situação exposta, isto pode significar que está falando com pouco nível de detalhe. Outra dica fundamental é responder apenas o que lhe for perguntando. Isto parece banal, mas muitos candidatos dão “tiros no pé” explicando demais uma situação ou falando coisas que vão além do questionado.
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4- Não conhecer a empresa ou a área de negócio em que a empresa atua
Não há nada mais constrangedor para o recrutador do que perguntar o que o candidato sabe sobre a empresa e ouvir uma resposta simples: “Sei que a empresa é enorme e que atende clientes muito importantes.”. Você sabe qual a missão da empresa e quais os seus valores (isto, geralmente, está descrito no site da empresa)? Você sabe quais clientes ela atende e quais as suas áreas de atuação (mais uma breve pesquisa no site e terá a resposta)? Você já leu alguma notícia importante sobre esta empresa no jornal, na tv ou em algum outro site de notícias (aqui o Google ou as redes sociais podem te ajudar)?
Saber estas informações não é importante, é essencial! Afinal, você não deve estar interessado apenas na vaga, mas deve se identificar minimamente com a empresa. A única forma do recrutador perceber que se identifica e que, realmente, gostaria de trabalhar na empresa é quando você é capaz de fornecer estas informações na entrevista.
5- Não fazer perguntas
Perceba: você participará de entrevistas de emprego e não de interrogatório de emprego. A entrevista deve ser algo leve, no qual o recrutador avalia se o seu perfil está adequado para a vaga. É, também, a oportunidade que tem para demonstrar todo o seu interesse e avaliar se esta vaga, realmente, é para você. Afinal, se não se ver trabalhando na empresa por pelo menos 5 a 10 anos, você terá um enorme problema no futuro se for contratado.
Tenha algumas poucas perguntas na manga para que possa entender mais sobre a empresa, tirar alguma dúvida sobre o processo ou, até mesmo, demonstrar interesse e confiança no processo. Só lembre de perguntar coisas realmente importantes, pois falar sobre o óbvio pode demonstrar que você não conhece a empresa. Perguntar coisas como “O que você mais gosta em trabalhar nesta empresa?”, “Qual é a competência mais importante que devo desenvolver para eu crescer nesta empresa?” e “Como eu poderia ter um melhor desempenho em uma próxima entrevista?” são ótimas perguntas.
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Redação iBahia
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