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“Adoro essa reflexão risível”, diz Luis Miranda sobre 7 Conto

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25/10/2010 às 17:58 • Atualizada em 29/08/2022 às 14:42 - há XX semanas
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O espetáculo 7 Conto está há quatro anos rodando o país, com roteiro e atuação de Luis Miranda e direção de Ingrid Guimarães. Sete personagens diferentes apresentam no palco uma comédia irônica e reflexiva, abordando problemas sociais atuais. O ator se mostra um artista completo que interpreta, dança e canta com facilidade, e convence que está no lugar certo.

Iniciando a peça com o personagem mais aplaudido, o guardador de carros Queixada, Luís Miranda faz todo mundo rolar de rir mostrando a falta de educação cotidiana e os comentários que até nós mesmos fazemos sem querer parecer preconceituoso, mas quando nos é mostrado de forma tão escancarada e irônica, nos faz refletir. Em seguida, a garotinha Caroline, que é a mais fofa e dramática do espetáculo. Ela questiona a falta de ídolos e de oportunidades das crianças negras nos contos infantis, inclusive em relação aos nomes, como por exemplo, a Branca de Neve. O ator conclui a passagem da personagem, afirmando que as crianças negras são relacionadas com marginalidade, tanto na televisão quanto no cinema.

Outras três personagens fazem uma grande crítica e provocam uma profunda reflexão sobre as classes financeiras mais altas. Detona é o apresentador do programa televisivo Brasil Elite, que faz protestos da classe alta brasileira de forma sensacionalista, e de tão absurdo nos faz rir. Ele ainda ironiza os políticos eleitos por nós e até pirraça a memória do brasileiro citando a reeleição de Maluf e Collor. MC Dollar é um típico rapper de estilo norte-americano, que afirma: “você é o que você veste”. Sheila, uma perua milionária que vive na França e tem horror aos pobres e suas aglomerações. Ela fala com arrogância da sua convivência com a alta sociedade e vai perdendo a linha com tanto prosecco.

D. Editi, outra bastante aplaudida, é uma simpática senhora de classe popular. Luis admite ter se espelhado nas suas vizinhas e até na própria mãe para compor a personagem. Além de vereadora, é mãe e apresentadora de TV. Fechando o espetáculo, Vovó Arlinda que é uma velhinha muito simpática que reclama da falta de respeito à preferência dos idosos em ônibus e fila. O que chama a atenção em todas as personagens é o figurino perfeito e condizente com elas e a rapidez que o ator faz a troca de caracterização.

O global tem nome suficiente para sustentar um espetáculo como este há quatro anos, mas ainda assim, teve dificuldades no início e ainda diz ser difícil de manter. De acordo com o ator, não havia dinheiro e nem incentivo dos órgãos, assim como não há de verdade para o teatro brasileiro e principalmente o baiano.

É necessário que exista patrocínio e apoio para espetáculos como 7 Conto, que enriquece a cultura da sociedade, e nos ajuda a refletir e rir ao mesmo tempo. Para isso, é preciso que as pessoas se façam presentes e prestigiem os artistas que fazem questão de estar tão perto do público. Luis Miranda ainda vende camisas desenhadas pelo estilista Alexandre Herchcovitch na porta do teatro para ajudar a manter o seu trabalho.

O espetáculo está em cartaz no Teatro Jorge Amado, na Pituba, até o dia 21 de novembro. Confira mais informações no canal de teatro do iBahia aqui.

aqui.

Veja abaixo galeria de fotos do espetáculo 7 Conto, de Luis Miranda:

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