Desde que acrescentaram açúcar à mistura asteca, a popularidade do chocolate só fez aumentar. Foi moeda de troca, segredo de Estado, tema de filme, enredo de escola de samba. Maior do que a sua popularidade, só mesmo as combinações de sabores oferecidas ao consumidor. Na páscoa 2010 elas são tantas, que em alguns casos o chocolate parece apenas um detalhe.
Para os adeptos ao sabor das frutas, tem recheio de damasco. Aos que não possuem restrições calóricas, tem ovo de chocolate ao leite recheado com marshmallow tradicional. Já aos que possuem, tem ovo com menor teor de açúcar e sem lactose. Para comer com os olhos, embalagens desenhadas com estampas de super-heróis, com formatos que lembram um bombom, com fotos para aguçar o paladar. “A demanda de produtos no ano passado, com crise e tudo, cresceu 4%. Estamos otimistas para este ano porque 80% do que está no mercado é novidade”, revela Getúlio Ursulino Netto, presidente da Associação Brasileira de Chocolates, Cacau e Derivados (ABICAB).
No quesito quantidade, o destaque é a Lacta. Para a páscoa deste ano, a empresa investiu em 16 novos produtos, o maior número de inovações em sua história. Somam-se aos tradicionais sabores, ovos como Chicabom (uma adaptação do sorvete já fabricado pela marca) e o Gela Boka (inspirado no filme “A era do gelo 3” e feito para ser o carro chefe da linha infantil). O gerente de marketing da empresa, Bruno Zanetti, afirma que espera ampliar o êxito da páscoa passada. “Com os novos lançamentos para 2010, esperamos expandir ainda mais a nossa participação no mercado”. Na divisão de espaço das prateleiras, a Lacta enfrenta marcas como a Garoto, que lança o ovo quadrado Talento avelã, a Hershey’s, que aposta na combinação de chocolate e paçoca, e a Bauducco, que para 2010 amplia a fabricação de suas tradicionais colombas (pão doce e úmido originário da Itália).
Finos – Para satisfazer uma fatia crescente (e exigente) do mercado, as marcas que trabalham com chocolates finos e artesanais também trazem novidades. Mas o que vem a ser um chocolate fino? Orlando Glingani, chef gourmert especializado em chocolates, explica: “Da etapa inicial até a entrega nas lojas, existe um cuidado na escolha dos insumos, dos ingredientes e até da temperatura”. À frente da marca Kopenhagen como gerente de inovações, Orlando aposta no creme de avelã para 2010. “Após pesquisas, chegamos à conclusão que esse é um dos recheios preferidos do público”. Ainda segundo ele, a Kopenhagen também traz os ovos de origem controlada, fruto do cacau elaborado a partir das favas originárias de países como Gana, Madagascar e Equador.
Seguindo um filão de mercado semelhante, a Cacau Show optou por investir na principal característica da marca. “Os bombons artesanais têm bastante saída, por isso sempre é uma aposta nossa para a páscoa”, afirma Ângela Marques, sócia de uma filial da Cacau Show em Salvador. “Além disso, tem o ovo com 70% de cacau, que o cliente da marca gosta bastante”.
Prazer - Tanto investimento é um demonstrativo da força que o chocolate (na forma de ovo ou não) possui. Novas contratações, aumento na produção e pesquisas para saber de que forma atingir o público são alguns dos procedimentos adotados pelas marcas para garantir lugar no mercado. Orlando Glingani, da Kopenhagen, justifica o investimento através do sucesso da matéria prima: “O chocolate é um fenômeno porque, de maneira precisa, consegue combinar sabor, aroma e prazer”.
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