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| Projeto Jam no MAM, realizado há 19 anos, lançou seu primeiro DVD neste sábado (21) |
O projeto Jam no MAM, que acontece há 19 anos levando jazz ao Museu de Arte Moderna da Bahia (Mam), teve um tom a mais neste sábado, 21. O público, cativo e admirador da banda Garagem, conhecida por ter popularizado e introduzido o jazz na noite baiana, pôde conferir o lançamento do primeiro DVD do projeto, o Varanda, dirigido pelo videoartista Flávio Lopes e o cineasta Fábio Rocha. De nome peculiar, e pensado especialmente para agradar profissionais da música, o Varanda traz dois cds, com solos dos integrantes, três músicas na íntegra, documentário, fotos, entrevistas e partituras de algumas canções do repertório tocado pela banda todos os sábados. “O público precisava levar algo da gente para casa. A gente sempre vê as pessoas tirando fotos, filmando, mas nunca tiveram um material nosso, pensado para elas.”, conta Ivan Huol, baterista e percussionista da banda e idealizador do projeto.
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| Lázaro (de azul) é presença garantida nas noites de Jam no MAM |
Segundo o músico, a inspiração para o nome veio de uma das frases de Lázaro, personagem das festas underground da capital baiana, que sempre aparece repentinamente e, no microfone, faz questão de deixar o seu recado. Em uma das intervenções, ele definiu o projeto como “a varanda de Salvador”, e o termo acabou sendo adotado pela banda.
O DVD, que pode ser adquirido a R$ 15, nas noites de sábado, no Mam, também faz parte do acordo com os patrocinadores da Jam no MAM, a Oi Futuro e Governo do Estado, através do FazCultura. Era necessário apresentar um produto final que ilustrasse as jam sessions - termo utilizado para se referir aos encontros de músicos que tocam juntos sem ensaio, com base na improvisação – realizadas todos os sábados, e assim foi feito.
| O DVD 'Varanda' pode ser adquirido a R$ 15, aos sábados, no MAM. |
Envolvida pelo ambiente propício à arte, como é o Mam, e aproveitando o toque experimental dos vídeos-arte, do artista Flávio Lopes, exibidos durante os encontros, a banda acabou produzindo um DVD diferenciado, indo além do conteúdo, pensado e elaborado artisticamente.
Público diversificado
O Jam no MAM já faz parte da programação cultural de Salvador, e isso pode ser visivelmente comprovado a cada noite, com a diversidade de público. De turistas, a famílias inteiras e grupos de amigos iniciam a noite de sábado indo ao projeto, que sempre começa às 18h, para conversar e ouvir boa música.
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| Artur e a família curtem o por do sol e o jazz no MAM |
É o caso do arquiteto Artur Andrade, 36, que pela segunda vez leva a sua esposa Andrea, 35, e os filhos, Guilherme, de 5 anos e Lucas, de 17. “A gente vem mais cedo, curte o por do sol e aproveita para curtir o jazz”, conta. Já os artistas plásticos, do coletivo Atelier Bossanossa, Leandro Estevam e Lucas Sanper, frequentadores assíduos do projeto, destacam a importância do baixo valor cobrado pelo ingresso e vêem a ideia como uma vitrine de boa música da Bahia para o mundo.
“Costuma-se pagar muito caro para ouvir jazz, e aqui a gente tem música de qualidade por muito pouco”, observa Lucas. “As pessoas do mundo inteiro vêm para cá para ouvir o jazz baiano, com isso fica claro que não temos só a capoeira para mostrar”, complementa Estevam.
| "A gente tem música de qualidade por muito pouco", Lucas Sanper. |
Como nasceu o projeto
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| O baterista Ivan Huol, idealizador do projeto, aposta na improvisação |
Tudo começou na casa de Ivan Huol, que reunia os amigos para tocarem com o baterista Lula Nascimento, referência no meio musical. O público foi crescendo, e os encontros foram transferidos para o Instituto Goethe Bahia (Icba), até pousarem no Mam, local privilegiado, localizado no Solar do Unhão, com vista para a Baia de Todos os Santos.
| "Na noite não tem espaço para a arte e sim para o entretenimento", diz Ivan Huol. |
O projeto partiu da carência de espaços na cidade que abrissem as portas para o jazz. Dessa forma, a partir da dificuldade, a banda Garagem, que tem na sua formação clássica os músicos Ivan Bastos (contra-baixo), Rowney Scott (saxofone) e Ivan Huol (bateria e percussão), resolveram ser os próprios protagonistas dos seus projetos. “A gente descobriu nos anos 90 que na noite não tem espaço para a arte e sim para o entretenimento, e o jazz é as duas coisas juntas”, conta Huol.De 1993 para cá, o público cresceu e se diversificou. Começando com 15 pessoas na plateia, hoje, o projeto Jam no MAM tem, em média, 1.300 expectadores, a cada noite, chegando a 2 mil, em algumas edições.
| Hoje, o projeto Jam no MAM tem, em média, 1.300 expectadores, a cada noite. |
