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CINEMA

Confira a crítica cinematográfica do longa 'Bata Antes de Entrar'

O filme de terror é estrelado por Keanu Reeves, Lorenza Izzo e Ana de Armas

• 29/09/2015 às 15:38 • Atualizada em 01/09/2022 às 4:07 - há XX semanas

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Cinemáticos Redação Cinemáticos
Nâo há motivos para sentir falta do subgênero do terror conhecido como “torture porn” – obviamente algo do tipo “pornô tortura”, em português claro. Enquanto muitos espectadores sádicos divertiam-se com a miséria alheia (especialmente de mulheres subjugadas por homens) o que talvez mais faça juz ao vazio absoluto desse tipo de filme seja relacionado mais especificamente à palavra “pornô”: um ato falso, mal interpretado no seu exagero e, acima de tudo, capaz de no máximo render um escape digno de vergonha após o seu término.O Albergue e sua continuação foram colocados nessa caixa, e Eli Roth, despontando como revelação do gênero, foi acusado de contribuir com a proliferação desse nicho. Dez anos se passaram desde o filme original, e Roth finalmente ressurge com um novo longa, curiosamente, servindo quase como subversão do que o tal torture porn fazia.
Bata Antes de Entrar é um remake do filme exploitation de 1977 Death Game. A premissa é a mesma: duas jovens garotas seduzem um pai de família que encontra-se sozinho em casa para em seguida torturá-lo física e psicologicamente. Apesar de alguns rodeios a mais, Eli Roth mantem-se fiel ao filme original. O mais curioso aqui é ver como Roth cresceu como diretor desde O Albergue, o que fica evidente no tempo adequado para estabelecer da aparente normalidade que será destruída posteriormente – algo que todo filme de terror tem obrigação de realizar para ser minimamente convicente.Aproveitando as diversas novas tecnologias disponíveis atualmente, o filme não se faz de rogado ao utilizar Facebook, Facetime e Uber como elementos integrais à trama em diversos momentos tensos, o que não deixa de ser curioso e também facilita em criar uma certa aproximação com o mundo real, especialmente levando em conta a premissa absurda.Mas do absurdo também surgem as virtudes. Ainda que o filme sirva inicialmente com uma espécie de fantasia sexual absurda para homens de meia-idade em ser sexualmente assediado por jovens na casa dos 20 anos o elemento de repugnância é criado de forma convincente. Se o bom mocismo inerente a Keanu Reeves ajuda em criar empatia, o filme não nos deixa esquecer que ele causou aquilo tudo, mesmo tentando evitar o degringolar progressivo da situação.Repleto de reviravoltas e momentos tensos, o filme falha em não criar qualquer tipo de sequência legitimamente perturbadora ou memorável. Talvez seja um mérito de Bata Antes de Entrar sua simplicidade, mas ao final da projeção fica a sensação de que o roteiro poderia ter sido um pouco mais trabalhado para criar momentos em que as consequências seriam maiores para todos os envolvidos. Do jeito que é resta um filme bem atuado por suas duas “vilãs” e divertido nas suas ironias e crueldades, ainda que não muito mais.

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