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Elisabeth Moss e Jon Hamm falam sobre sucesso da série 'Mad Man'

'Med Man' começa a exibir sua última temporada nesta segunda-feira (06), às 21h, na HBO

• 06/04/2015 às 16:45 • Atualizada em 29/08/2022 às 16:03 - há XX semanas

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Med Man começa a exibir sua última temporada nesta segunda-feira (06), às 21h, na HBO. Em entrevista exclusiva para a coluna Telinha em Pauta, a atriz Elisabeth Moss e o protagonista Jon Hamm fazem um balanço da série, fenômeno mundial.
Audição
ELISABETH MOSS
Havia aquele tipo perfeito de momento no qual este piloto me foi entregue e eu morava em Nova York na época, mas estava fora, gravando outra série, cujo nome prefiro não dizer.
E então eu fui, fiz o teste para Mad Men e eu tinha duas ou três audições, e as mesmas cenas toda vez. Lembro-me de deixar a minha primeira audição e chamar meu agente, que trabalha comigo há tipo... 21 anos, e dizer “Eu quero trabalhar com aquele homem”(Matt). Eu pensava “Eu quero trabalhar com ele” e nós simpatizamos logo de cara.
Ele se preocupa com o show mais que qualquer outra pessoa, e eu acho que você pode ver isso em seu rosto. Você pode ver isso em seus olhos mesmo apenas na audição.
Eu amo o papel e eu senti que o que eu fiz com o papel naquela audição foi a mesma Peggy que ele escreveu. Então, foi realmente como se tivéssemos tido uma conexão imediata.
Então, consegui (o papel) o que foi realmente empolgante e nosso show se tornou "Mad Men" e aquele outro show (o que Elizabeth Moss participava antes de Mad Men) foi cancelado depois de alguns episódios. É, por isso deu tudo certo.
JON HAMM
Foi o que chamamos de uma pré-leitura, o que significa que você não está lendo para ninguém além do diretor de elenco, que nunca tinha ouvido falar de mim. Foi fora de Nova York, não que eu fosse um grande nome lá...
Então, foi muito estranho. Eu era o único cara lá para esse projeto em particular e eu me lembro de ter lido para o diretor de elenco e pensar que tinha ido bem.
E, em seguida, ter de voltar ao longo das próximas duas a três semanas, três a quatro vezes, me reunindo com Matt, Alan, Mike Uppendahl e um monte de outras pessoas envolvidas na elaboração do piloto.
Foi longo o processo de convencer as pessoas a dar uma chance a alguém de quem nunca tinham ouvido falar.
E você sabe, eu acho que Matt sentiu muito cedo que eu era a pessoa certa para o papel e teve que convencer um monte de outras pessoas envolvidas de que essa era a escolha certa, mas, sem ficar psico-analítico, eu acho Matt definitivamente sabia o sentimento de ser alguém que tinha muito a provar, mas que ainda não tinha chegado a esse nível na carreira.
Houve uma certa afinidade. Devo 100% a ele o fato de ter conseguido esse papel. Ele não apenas o escreveu, mas também decidiu logo de início que não aceitaria um não como resposta.
Evolução do personagem
ELISABETH MOSS
No piloto, na primeira temporada, ela tem 20 anos e ela acabou de chegar do Brooklyn, onde vivia com sua família, e ela nunca esteve em uma cidade grande. Agora ela tem 30, e ela está trabalhando em um mundo de homens há alguns anos e eu acho que, para mim, a melhor maneira de descrevê-la é apenas aquela viagem que toda a gente vai para a partir de, você sabe, 20 e 30 é através da jornada pela qual todos passam dos 20 aos 30 anos. Ela cresce e ela torna-se mais durona em uma série de maneiras. Ela tem seu coração partido. Ela tem momentos amargos. Seu senso de humor fica muito melhor, mas ela está eu acho ainda - Eu espero e não sei se ele está vindo do outro lado ou não, mas eu espero que ela ainda mantenha esse senso de honestidade e tipo de positividade e de verdade que eu acho que - você sabe, ela é muito séria.
Recentemente, fui convidada a descrevê-la em uma palavra e eu disse: séria. Ela simplesmente acredita muito em tudo que diz, apesar do fato de ter sofrido alguns golpes duros e crescido um pouco.
JON HAMM
Ele não é quem diz que é. Esse provavelmente é seu maior defeito e eu acho que disso derivam os demais defeitos: seus vícios, sua falta de confiança, sua incapacidade de transmitir suas vulnerabilidades ou sua distância emocional. Eu acho que tudo isso se explica pelo fato de sua “casa” ser construída sobre uma base instável, e só há uma maneira de corrigir isso: derrubando a casa e consertando as fundações. Isso requer muito trabalho, mas Don tem dado pequenos passos nessa direção, eu acho.
Defeitos
ELISABETH MOSS
Pode ser considerada uma falha a ser tão romântica e acreditar tanto nos outros quanto ela. Sinto que ela já se colocou em algumas situações difíceis por confiar no homem errado. Mas quem nunca fez isso? Por muito tempo as pessoas diziam que Don e Peggy eram iguais e o que eu adoro é que recentemente sinto que as pessoas estão percebendo que eles não são iguais e o quanto é ótimo saber que ela poderia ter ido facilmente naquela direção, mas está indo por outro caminho e ela é a história da esperança. Ele é uma espécie de história deste tipo de falha de um homem e ela é a história de esperança para a próxima geração.
Então, de qualquer maneira, eu sinto que esse otimismo, essa ingenuidade, essa natureza de confiar nas pessoas, a seriedade, todos os defeitos possíveis, são também o que faz ela ser ela mesma, você sabe, então eu não sei se eu os considero defeitos.
Momento favorito
ELISABETH MOSS
O episódio que foi ao ar algumas semanas atrás, "My Way". O episódio "My Way", onde Don e Peggy dançaram. Matt me falou sobre isso antes de começarmos a filmar a sétima temporada e ele me falou disso. Eu estava na casa dele e ele me disse sobre isso, e comecei a chorar, e eu mandei uma mensagem para ele mais tarde, e eu disse: “Eu nunca lhe pedi para fazer qualquer coisa no show, em nenhuma das sete temporadas. Eu estou te implorando agora para fazer isso (gravar essa cena), por favor”.
Como se ele fosse fazer isso se não quisesse. Eu não iria convencê-lo a fazer isso, mas felizmente ele decidiu, por si só, fazer a cena e eles tocavam a música toda vez que fazíamos isso e foi um momento muito especial. Estranhamente, Jon e eu fazemos isso desde a primeira temporada. Nós costumávamos dançar lentamente no meio do escritório sem motivo algum, só para passar o tempo, desde a primeira temporada. Perguntei ao Matt se ele já tinha nos visto fazendo isso e ele disse que não, então foi uma espécie de estranha coincidência.
JON HAMM
Minhas cenas com Peggy eu acho que são o mais próximo que o Don tem de um relacionamento emocional real, por incrível que pareça. E o que fiz com Slattery e Roger dá pra ver que há uma profunda amizade ali... as coisas com sua família, com Don e Betty nas primeiras três temporadas. E, obviamente, com Sally. Tem sido maravilhoso vê-la crescer no show. Mas não, a maioria dos meus momentos favoritos em Mad Men são com outras pessoas.
O que fez Mad Men ter sucesso
ELISABETH MOSS
Eu acho que o que fizemos foi colocar os roteiros em primeiro lugar. Nada mais. É a história vem em primeiro lugar e é por isso que ainda estamos aqui e é por isso que as pessoas ainda nos assistem.
JON HAMM
Eu acho que o show apenas ressoou. Foi uma espécie de tempestade perfeita envolvendo propriedade, projeto e timing com o momento pelo qual a cultura passava em 2006, 2007, quando o seriado estreou.
Por alguma razão, o show foi diferente o suficiente no cenário televisivo para ser interessante. E também os temas e histórias parecem familiares, apesar de serem ambientadas em um passado que a maioria da audiência não vivenciou.
Personagem
JON HAMM
Ele é um personagem complicado. A razão pela qual tantas pessoas têm se identificado com todos os personagens no show, incluindo o Don, é que não há preto no branco.Há um motivo para ele usar muitos ternos cinzas: é o mistério desse personagem que fomos relevando vagarosamente nas últimas sete temporadas.
Direção
JON HAMM
Dirigir definitivamente amplia sua visão sobre o que realmente acontece ao se fazer um programa de televisão e essa foi, para mim, a parte mais empolgante e esclarecedora dessa experiência. O ato de dirigir, sentar no set e decidir para onde as câmeras vão e quais tomadas você vai utilizar e todas essas coisas são um desafio em si simplesmente porque eu também estou no elenco.
Mas você já viu isso. Eu também estive no set e trabalhei com diretores por 15 anos, por isso nada disso é novo. A parte nova e excitante foi pré-produzir e passar por sets que ainda não estavam prontos. Você tenta planejar uma lista de filmagens enquanto simplesmente olha para uma tela azul e pensa “aquilo deveria ficar ali, esse muro não deveria existir, as câmeras devem pegar esse ângulo”. E você monitora esse time de pessoas...construção, departamento de artes, pintores do set, decoradores, todo mundo.
Quando você vê o trabalho dessas pessoas você nota que há uma toda uma outra metade de talentos no programa que raramente é reconhecida. Como diretor você entende como as coisas são feitas. *Camila Botto é repórter do Correio, editora do site 'Feminino e Além', autora do livro Segredos Confessáveis e colaboradora do iBahia.

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