Menu Lateral Buscar no iBahia Menu Lateral
iBahia > diversão > música
Whatsapp Whatsapp
MÚSICA

Filipe Catto lança seu segundo álbum Tomada, e se projeta na MPB

O álbum, que conta com 11 faixas, sendo quatro delas assinadas pelo músico, chega às lojas em outubro

• 23/09/2015 às 17:38 • Atualizada em 01/09/2022 às 8:36 - há XX semanas

Google News siga o iBahia no Google News!
Você pode até não conhecer a voz que está dominando a MPB, mas, com certeza, já ouviu Saga, música que se tornou trilha sonora da novela da Globo Cordel Encantado. Ou escutou Adoração enquanto assistia o remake de Saramandaia; ou ainda Flor da Idade em Joia Rara, ambas também da Globo. Desde sempre, as trilhas das telenovelas são um termômetro do que é mais quente no cenário musical e, no momento, quem está incendiando os palcos por onde passa é Filipe Catto.
O lajeadense de 27 anos, criado em Porto Alegre e radicado em São Paulo, vem trilhando um caminho sólido depois do EP Saga (2009), do primeiro disco Fôlego (2011) e do DVD ao vivo Entre Cabelos, Olhos e Furacões (2013). Agora, ele lança o segundo disco da carreira, Tomada (Agência de Música), que foi contemplado pelo edital Natura Musical 2014. O álbum conta com 11 faixas, sendo quatro delas assinadas pelo músico.
Dias e Noites e Pra Você Me Ouvir ele fez sozinho. Já Depois de Amanhã e Adorador são resultados de parcerias com Moska e Pedro Luís, respectivamente. As outras, de certa forma, ele também considera suas. “Eu digo que o disco é inteiro de parcerias, porque tenho os compositores como parceiros. Sinto que quando estou interpretando a música eu sou parceiros deles. Até porque, tudo que eu estou dizendo ali é exatamente o que eu quero falar”, afirma.
Colaboração mútuaE olha que parceiros, viu. Marina Lima contribuiu com Partiu, Caetano Veloso com Amor Mais Que Discreto. De Thalma de Freitas ele recebeu duas: Auriflama, dela e de José Eduardo Agualusa, e Íris & Arco, com Tiganá Santana e Gui Held. Tem ainda Canção e Silêncio de Zé Manoel, Do Fundo do Coração, de Taciara Barros e Julio Barroso, e Um Milhão de Novas Palavras, de Fernando Temporão e César Lacerda. “A ideia era chegar em um repertório próprio e que tivesse a ver comigo e que revelasse o meu jeito de cantar”, aponta.
Jeito esse que de início foi comparado ao sul-mato- grossense Ney Matogrosso. A voz bastante aguda, timbre de um contratenor, deu margem aos comentários. “Tudo que é comparação, é externo”, dispara. Para ele, essas alusões são naturais quando surge um novo artista. “A primeira coisa que as pessoas fazem é buscar uma referência para saber onde ela te coloca”, pontua Filipe.
Mas isso não é um problema para alguém que está ganhando cada vez mais espaço no cenário musical com apenas quatro anos de carreira. “Durante todo esse tempo, minha vontade foi de ter um trabalho que se destacasse pela autenticidade. E Tomada traz essa concisão de uma identidade que está estabelecida”, fala.
Interior A segurança que conquistou, principalmente a partir das suas performances no palco - que surpreende o público pela energia visceral- permitiu que nesse novo projeto Filipe se voltasse para seu interior, em busca da sua essência. “Em vez de pensar em referências externas, que são importantes, nesse disco eu olhei muito pra dentro, porque sempre tive essa vontade de buscar o que é o essencial”, explica.
Foto: Leto Carvalho/Divulgação
No último dia 29, os soteropolitanos tiveram um gostinho dessa versatilidade ao vivo. Filipe foi uma das atrações do Festival Sangue Novo, que aconteceu no Museu du Ritmo. “Foi demais. Porque Salvador é essa coisa incrível, as pessoas recebem bem e são musicais. Eles querem estar em contato com você, então quando você joga a bola para o público, eles te devolvem ainda melhor”, comemora.
Em Tomada, a potencialidade do palco foi adaptada para o ambiente de gravação. Mas sem dificuldades. “A gente se preocupou em revelar a energia forte do estúdio. Como eu já tive esse processo de palco que é notável, eu não estou preocupado em me autoafirmar. Para Tomada, eu queria me jogar nesse mundo do estúdio e usar todas as ferramentas que o estúdio podia me oferecer”, esclarece.
Filipe também se cercou de músicos que, assim como ele, despontam na cena MPB. A banda base que participou das gravações era formada por nomes como Pedro Sá, na guitarra, Domenico Lancellotti, na bateria, Danilo Andrade, nos teclados, e Kassin, no baixo. “Minha turma da geração nova tá toda aí colaborando. A minha geração já não é mais uma promessa, já é uma realidade”, avalia.
A turnê ainda não começou, mas, a partir de outubro, o músico já começa a rodar o Brasil. No momento, o foco é no álbum que acabou de ganhar versão digital e está disponível no iTunes por R$ 37,90 (US$ 9,99) e, também, nas plataformas de streaming. O físico sai em outubro. “Liberamos o primeiro single, agora o disco digital, depois o físico e começamos os shows. Tem ainda um clipe gravado, ainda sem data para lançar. Estamos pensando por etapas, mas eu estou achando o máximo!”, celebra.
CRÍTICACatto brilha ainda mais - por Hagamenon Brito* Melhor intérprete de sua geração com uma bonita voz de contratenor e presença carismática de palco, Filipe Catto cresce e aparece ainda melhor no segundo álbum de estúdio. O primeiro, Fôlego (2011), era um cartão de visitas interessante, mas parecia que o estreante, bom de palco, ainda não estava totalmente à vontade em estúdio - e o repertório era irregular. Entre a estreia e o novo disco aconteceram o DVD/CD ao vivo Entre Cabelos, Olhos e Furacões (2013), muitos shows pelo país e a expansão dos contatos e do universo estético do artista.
Produzido por Kassin, Tomada reveste Catto de uma sonoridade mais pop e confortável dentro da MPB moderna que o abriga, com canções bem definidas, variadas ritmicamente e boas. É o caso da bela Do Fundo do Coração, balada obscura da Gang 90, que Catto resgata e convida Ava Rocha para uma leve participação; Depois de Amanhã, parceria com Moska que cita o clássico pop americano Can’t Take My Eyes Off You; do rock Dias e Noites, de sua autoria; de Partiu, de Marina Lima; e da incrível Canção e Silêncio, balada de Zé Manoel que ganhou um arranjo soul e lembra Roberto Carlos dos anos 70. Com repertório coeso e Filipe Catto bem acompanhado, Tomada é um ótimo e saboroso biscoito pop. Um Oreo musical.
*Editor e crítico musical do CORREIO
Correio24horas

Leia mais:

Venha para a comunidade IBahia
Venha para a comunidade IBahia

TAGS:

RELACIONADAS:

MAIS EM MÚSICA :

Ver mais em Música