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Vai assistir Deadpool nos cinemas? Confira a crítica do filme

Filme conta a história da origem do ex-agente das Forças Especiais que se tornou o mercenário Wade Wilson

• 11/02/2016 às 11:54 • Atualizada em 28/08/2022 às 12:40 - há XX semanas

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Cinemáticos Redação Cinemáticos
Sinopse: Baseado no anti-herói não convencional da Marvel Comics, DEADPOOL conta a história da origem do ex-agente das Forças Especiais que se tornou o mercenário Wade Wilson. Depois de ser submetido a um desonesto experimento que o deixa com poderes de cura acelerada, Wade adota o alter ego de Deadpool. Armado com suas novas habilidades e um senso de humor negro e distorcido, Deadpool persegue o homem que quase destruiu sua vida. Se existe um personagem dos quadrinhos da Marvel que merece uma adaptação cinematográfica voltado para o público adulto, seria Deadpool. O mercenário tagarela, diferente dos seus colegas que carregam a mesma marca, não busca honra, responsabilidade ou as características que definem um herói clássico. Ele é um reflexo cômico e niilista do mundo contemporâneo, onde dinheiro, sexo e diversão representam os valores almejados pela sociedade.
Em sua segunda tentativa de transposição cinematográfica, após uma deplorável e grotesca participação na primeira aventura solo do mutante Wolverine, é visível o esforço conjunto da Fox e da equipe do longa-metragem em pedir desculpas e entregar um fan service de qualidade e de maneira absolutamente honesta. Ao arriscar uma classificação para maiores em uma adaptação quadrinesca, a Fox perde grande parte do seu público infanto-juvenil nas bilheterias, mas, em compensação, ganham uma liberdade absurda no campo da comicidade, da violência e daquilo que podemos chamar de “moralmente questionável”. Seus créditos iniciais, onde uma cena de luta é explorada em imagem estática, ao som de uma trilha pop que embala cada pedaço da ação, já inicia a chacota que o próprio filme propõe em relação ao que se vê no sub-gênero dos Super-Heróis. A câmera lenta, utilizada em diversos momentos durante a narrativa, se torna ridicularmente risível pela própria denúncia de seu uso abusivo nas tramas desse estilo, demonstrando novamente um nível alto de acidez e criticidade em seus maneirismos, que também sabem ser utilizados para estilizar um excesso e violência que, assim como faz muito bem Quentin Tarantino em seus filmes, também gera comicidade. Ryan Reynolds reprisa o personagem em um tom interessante e diferente do que o limitado ator de comédias românticas expõe em seus trabalhos. A voz aguda e irritante utilizada na caracterização de Deadpool é bem utilizada e sabe se contrapor aos seus momentos mais sóbrios, onde o drama consegue ser bem sucedido através de sua relação com Vanessa. Mesmo não sendo o ponto alto do filme, é interessante pontuar a competência, não pela originalidade, mas pela capacidade de não estragar um filme extremamente sarcástico com um tom excessivamente piegas. A quebra de quarta-parede, diferente do que se era esperado pela divulgação notável proposta pelo estúdio, é utilizada com assez parcimônia para que o ritmo do filme não seja sacrificado em prol da repetição cômica. Aliás, além de diálogos cativantes pela sua capacidade na utilização de referências pop, a honestidade do projeto fica ainda mais palpável nessas conversas com o público, que não ignoram as dificuldades financeiras do longa, ou as curiosidades do universo compartilhado com os X-Men (este, rendendo as piadas mais divertidas do longa). A participação de Colossus, integrante da equipe mutante, pode soar desarmônica e seus diálogos um tanto quanto artificiais durante os primeiros dois terços do filme, porém, ao ser desenvolvido como contraponto moral de Deadpool, como um defensor risivelmente ingênuo da moralidade e inconsciente do universo escroto onde está se metendo, se demonstra funcional para o discurso niilista do roteiro. Sem o menor pudor de fazer piadas com orgãos sexuais, vício em drogas ou até mesmo com o próprio Ryan Reynolds e sua fama negativa, o filme em momento algum soa ofensivo em suas piadas mesmo com o tom pesado proposto. Talvez seu único pecado seja a forma como lida com seus antagonistas, demonstrando uma inabilidade de fugir dos diálogos expositivos e a base maniqueísta que sustentam os vilões da Marvel no Cinema. Nesse ponto, e na simplicidade e previsibilidade em sua estrutura dramática, “Deadpool” acaba se tornando mais um daqueles filmes que tanto critica.

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