Chega a Salvador à mostra que retrata uma outra vertente criativa do principal precursor do chamado Realismo Mágico latino-americano, o mexicano Juan Rulfo (1917-1986). O Instituto Cervantes de Salvador e de Madrid, em parceria com a Fundação Juan Rulfo (México D.F) e a Editora Lunwerg (Barcelola) trazem à capital baiana a exposição ?México: Juan Rulfo, Fotógrafo?, trazendo à tona pela primeira vez a vocação fotográfica do célebre escritor mexicano. A obra fica exposta de 11 de maio a 19 de junho deste ano, na Sala de Arte do Instituto Cervantes de Salvador (Av. Sete de Setembro, 2792), de segunda à sexta-feira, das 9h às 20h, aos sábados das 9h às 12h, com entrada franca.
Na próxima terça-feira (11), às 19h, acontece ainda na Sala de Exposições do Instituto Cervantes de Salvador uma palestra inaugural, ?Juan Rulfo: literatura e fotografia?, ministrada Victor Jiménez, autor de numerosos livros, artigos e traduções sobre a história da arquitetura mexicana bem como da investigação sobre a obra de Rulfo. Desde 1998 é diretor da Fundação Juan Rulfo.
No mesmo dia, às 20h, será realizada a Vernissage da exposição 'México: Juan Rulfo, Fotógrafo' que contará com 40 fotografias em preto e branco, que recuperam as imagens dos povoados de seus romances Pedro Páramo e El Llano em Llamas, através dos cliques de desertos, arquiteturas, rostos e muros, mostrando assim a constante relação entre sua fotografia e sua obra literária. A mostra já foi exibida nos Estados Unidos e Europa, passou por Brasília e depois de Salvador seguirá para o Rio de Janeiro.
As 40 fotografias expostas fazem parte de um acervo de mais de seis mil negativos produzidos por Rulfo desde a década de 30, estes momentos eram registrados entre atividades e descansos, retratando um mundo parecido ao que havia descoberto em suas ficções escritas; um mundo de tempos simultâneos, polivalente e fechado, fatalista e sugestivo a ponto de explodir. Aproximadamente 170 fotos foram selecionadas pela Editora Lunwerg e pelo Instituto Cervantes, juntamente com textos biográficos de Carlos Fuentes, Margo Glantz, Jorge Alberto Lozoya, Eduardo Rivero, Victor Jiménez e Erika Billeter e produzido um primoroso catálogo homônimo à exposição.
Juan Rulfo nasceu em 16 de maio de 1917, na cidade de Apulco, Estado de Jalisco, Cidade do México e morreu também no México em 1986, é um dos grandes escritores do século XX, foi um pioneiro narrador do Realismo Mágico, escola literária surgida no início do século XX, que contava com integrantes como, Jorge Luiz Borges, Julio Cortázar e Arturo Uslar Pietre e Gabriel Garcia Marques, todos fãs confessos de Rulfo. Em um texto célebre, Garcia Marques declarou que a leitura dele teria sido decisiva nos rumos da sua escrita.
Publicou apenas dois livros, um de contos El Llano em Llamas (1953), e o romance best seller Pedro Páramo (1955), adaptado para o cinema em 1966 pelo espanhol Carlos Velo, ambos traduzidos para alemão, sueco, inglês, francês, italiano, polaco, noruego, filandes e português. Dentre os mais relevantes prêmios recebidos no México está o Prêmio Nacional de Literatura e o Prêmio Príncipe de Astúrias.
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