“Meu pai lutou pelas liberdades democráticas, era uma dívida do governo brasileiro com ele”, resumiu Paloma Rocha, filha do cineasta baiano Glauber Rocha e responsável por ter entrado com o pedido de Anistia no Ministério da Justiça.
Concedida na quarta (26), a anistia política de Glauber Rocha, morto em 1981, é a tentativa de reparar a censura e a prisão de um dos maiores nomes do cinema nacional. “Anistiar meu pai é pedir desculpas a todos os brasileiros que foram perseguidos pela ditadura militar. É menos uma questão financeira, e mais uma questão social e política”, acrescentou Paloma.
Como consequência do processo, a última viúva do cineasta baiano, Paula Gaitán, receberá indenização de R$ 2 mil por mês, além de R$ 234,6 mil, valor retroativo a 2001, quando foi criada a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.
Durante a sessão que deu o veredicto favorável a família de Glauber, foi realizada uma homenagem ao cineasta, com a exibição do vídeo “Sessão de Memória” e apresentação do grupo teatral baiano “O Bando”.
Uma câmera na mão – Defensor de um cinema autoral e fortemente político, Glauber Rocha tinha como meta instituir uma nova realidade (visual e ideológica) para o cinema brasileiro. “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, que concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1963, e “Terra em Transe”, de 1967, são dois dos seus filmes mais conhecidos e representativos de sua proposta. “Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça”, como repetia, era aquilo que precisava para fazer cinema.
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