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Joana D'Arc estreia na Sala do Coro do TCA, com Jussilene Santana

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23/11/2009 às 11:30 • Atualizada em 29/08/2022 às 13:08 - há XX semanas
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A luta e o martírio de um dos mais fortes e instigantes personagens femininos da história da humanidade vistos por um olhar contemporâneo. Essa é a proposta da peça Joana D’Arc que traz um texto inédito da dramaturga Cleise Mendes e tem a direção de Elisa Mendes. A estreia acontece nesta quinta-feira, 26, na Sala do Coro do TCA, às 20 horas. A temporada prossegue até 20 de dezembro, sempre de sexta a domingo. Os ingressos custam R$ 20, a inteira. Nos dias 3 e 4 de dezembro o espetáculo será apresentado dentro da programação do Mercado Cultural.

A atriz baiana Jussilene Santana transforma-se na jovem que, em pleno século XV, na França, “estava em desvantagem sob todos os ângulos”. Foi uma guerreira e acabou sacrificada na fogueira da Santa Inquisição. Quase 500 anos depois da sua morte, Joana D’Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV e, em 1922, declarada a padroeira da França. No elenco também estão os atores Antonio Fábio, Caio Rodrigo, Carlos Betão, Jefferson Oliveira, Hamilton Lima e Widoto Áquila. Cenário e figurino, Zuarte Júnior; iluminação, Irma Vidal, e trilha sonora, Luciano Bahia. O projeto é uma realização de As 3 Produções Culturais.

A Montagem - Vencedora do Edital Manoel Lopes Pontes de Apoio à Montagem de Espetáculo Teatral 2008 do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, da Funceb/Secult, “a peça faz parte de um projeto pessoal de pesquisa de encenação de dramas, a partir de personagens históricos”, diz a diretora Elisa Mendes, que já levou aos palcos “A Vida de Galileu” - oitava montagem do Núcleo de Teatro do Teatro Castro Alves, em 2001- e “Lampião e Maria Bonita”, em 2005. “O nosso enfoque é contar a trajetória dessa heroína a partir de alguns momentos de glória e conquistas e também o período da prisão e interrogatórios que culminam com a sua morte na fogueira”.

Do ferro ao jeans - O cenário da peça, com a presença constante do fogo, através de candelabros que iluminam um ambiente de tensão e medo, simboliza a metáfora da chama que tanto significa o conhecimento, a luz, quanto o medo e a ameaça da morte. Para a diretora, existem duas personagens em Joana D’Arc, “ a que foi morta no fogo, mas não derrotada”, e a outra, que passou a existir depois do fogo, e foi santificada. O figurino e o cenário são cortes de época, com uma pesquisa que inclui material contemporâneo. ”Vai do ferro ao jeans”. Já a trilha sonora mescla músicas do século XV e sonoridades musicais da atualidade.

Em desvantagem - Embora não tenha uma proposta feminista, a peça amplia a discussão para o aspecto psicológico dessa jovem que tinha um ideal e obstinação por justiça. A atriz Jussilene Santana lembra que Joana era mulher, jovem, analfabeta e pobre. “Em todos os ângulos, na sociedade do século XV, ela estava em desvantagem. Não era sequer uma princesa, nem uma pessoa de posses, mas tinha um sentido de nobreza muito aguçado. Ela olhou a sua volta e não tolerou mais aquela guerra civil que bestializava seus contemporâneos. As pessoas da época já não tinham mais referência do que era viver em paz. Mas dizer isto não é fechar a leitura da peça em 'Joana, a Justiceira', porque há o transcendente atuando o tempo inteiro nesta história. Não há como separar a guerreira da santa.”

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