Transformações. Mudanças. Auto-conhecimento. Percepção. Esses são alguns dos temas que o espetáculo “Camila e o espelho” vai trazer para discussão com o público a partir do dia 15 de maio. Baseado no livro infanto-juvenil homônimo da jornalista baiana Lília Gramacho, a peça estreia no Teatro Martim Gonçalves (UFBA), às 20h.
'Ver a versão da história de “Camila e o Espelho” no teatro é muito especial, depois de já termos feito essa adaptação para o audiovisual. Vamos compreendendo que cada expressão possibilita um olhar diferente. O Livro, o curta e a peça. Em cada um, coisas distintas ganham destaque, é como olhar a mesma história pelos seus mais diversos ângulos', comenta a escritora e roteirista Lília Gramacho.
O curta a que ela se refere foi produzido com recursos do edital de curta-metragem de ficção infanto-juvenil do Ministério da Cultura. O filme foi exibido em sessão especial gratuita no último dia 13 de abril, em Salvador.O livro “Camila e o espelho”, lançado em 2002, é o segundo da escritora Lília Gramacho e retrata como lidamos com as transformações da vida numa fase em que elas parecem acontecer na velocidade de um piscar de olhos: a entrada na adolescência.
Vencedor do Edital Funarte Myriam Muniz, na categoria Infanto-juvenil, o texto chega aos palcos baianos pelas mãos da Dimenti Produções Culturais, sob a direção de Jorge Alencar, que explica a opção por um monólogo:“Nessa versão optamos por acentuar a perspectiva de Camila sobre as coisas pelas quais ela mesma passa. Como o texto mesmo sugere, trata-se de um jogo de espelhamentos. O que nos motiva é apresentar uma Camila diante de si mesma. Um monólogo nos ajuda a concentrar a nossa percepção no universo pessoal e íntimo dessa jovem e de suas várias mudanças.”
Mesmo não sendo uma realização da companhia Dimenti, Jorge acredita que o espectador vai encontrar algumas semelhanças com a linguagem desenvolvida pelo grupo teatral há 12 anos. “Nesse projeto, o Dimenti não entra como grupo artístico, mas como produtora cultural. Contudo, pode haver alguns pontos de contato como uma fisicalidade acentuada na interpretação e uma transformação poética do significado das coisas e objetos utilizados em cena como a cama, a música e o próprio livro-fonte que utilizamos na encenação”, explica Jorge.
O espetáculo conta ainda com direção audiovisual de Amadeu Alban, que dirigiu o curta e participa da montagem teatral. “Para o curta, nosso desafio foi adaptar o universo da literatura para imagens que contassem a história, tivemos que dar vida àquelas palavras. No teatro, a participação do audiovisual é um suporte narrativo/dramático que contribui para o espetáculo assim como o cenário, o figurino, a trilha sonora. Temos que pensar tudo de novo, do zero.”Outra escolha dessa montagem é que a plateia ficará no palco, criando um clima intimista.
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