No meio do expediente, depois do almoço ou até mesmo antes de dormir, é difícil não se render quando bate aquele desejo de comer um docinho... Um brigadeiro, um pedaço de bolo ou até mesmo uma balinha! A explicação para isso, acredite, está na composição das suas refeições. Se elas são ricas em carboidratos e pobres em fibras, aí pode estar o problema. A mudança desses ingredientes ajuda a amenizar esse desejo pelo açúcar. Mas, se ele for incontrolável, também há saídas saudáveis que não vão comprometer o equilíbrio alimentar.
Muitas vezes não adianta lutar conta a vontade. A nutricionista Ana Paula Gonçalves da Silva, do Hospital e Maternidade São Cristóvão, explica por que isso acontece: — Uma explicação é que, assim que terminamos uma refeição pesada, rica em carboidratos, temos o que chamamos de hipoglicemia reativa, um estado de baixa de açúcar no sangue, consequência de uma liberação excessiva de insulina. Quando isso acontece, o cérebro aciona a necessidade de glicose na corrente sanguínea, e vem o desejo pelo famoso docinho.
Ela ressalta que, quando bem consumidos, de forma equilibrada, doces não são vilões. — O açúcar também é chamado de alimento dos neurônios. Por isso, quando alguém precisa de energia, o corpo “pede” açúcar — diz.
Além disso, o açúcar dá aquela sensação de prazer instantânea, o que nos faz sempre querer comer mais. Então, se você faz refeições de índice glicêmico alto, a energia vai embora logo, e a sensação de fome é mais rápida. Com a necessidade de comer de novo, o doce traz essa energia.
Segundo a nutricionista Haline Dalgaard, a dica é fazer refeições com índice glicêmico baixo, ricas em fibras, sempre dando preferência aos alimentos na forma integral, evitando batata inglesa e preferindo inhame, aipim, batata-doce ou batata-baroa. Ainda entre os carboidratos, prefira grão-de-bico, ervilha e lentilha. E saladas cruas, com folhas, cenoura e beterraba ralada.
— O segredo é tentar harmonizar esse prato. Quanto mais fibra tiver, menor o índice glicêmico da refeição, o que melhora a necessidade do doce — afirma Haline, que é idealizadora da plataforma “Saúde no prato”.
Chocolate? Pode!
Mais do que a necessidade, há quem goste ou tenha o hábito de comer o docinho ao longo do dia. E tudo bem! A questão está na qualidade e na quantidade. A triste notícia é que pudim e mousse não estão na lista dos permitidos. Mas os chocolates, sim. — Podemos negociar. O melhor é escolher uma sobremesas à base de fruta, como banana sem açúcar, ou com baixo teor de açúcar. Há ainda o chocolate meio amargo, com pelo menos 60% de cacau — aconselha Haline.
A nutricionista indica também ingerir esses docinhos logo depois da refeição. Se a ingestão é em quantidade dosada e não exagerada, ensina Haline, não atrapalha a manutenção do peso. Ter a necessidade e se privar dela é que pode atrapalhar as coisas, gerando mal humor e até mesmo falta de incentivo para seguir comendo bem.
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Redação iBahia
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