Está quase chegando ao final a nossa jornada rumo à estação mais quente do ano e, nesta penúltima matéria do Operação Verão, trataremos de um assunto delicado: a cirurgia bariátrica ou cirurgia de redução de estômago. Para esclarecer as dúvidas e falar melhor sobre o assunto convidamos Dr. Marcos Leão Vilas-Boas, médico especialista em cirurgia bariátrica pela Salzburg Obesity Academy, da Áustria.
A obesidade é um grave problema caracterizado pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Além dos prejuízos causados à saúde, o obeso sofre com o preconceito de uma sociedade onde o excesso de gordura foge ao padrão de beleza estipulado pela maioria. Dr. Marcos Leão, que realiza cirurgias bariátricas desde 1999, conta que após o procedimento cirúrgico, o paciente resgata a sua auto-estima e a alegria de viver. 'Alguns chamam de renascimento, outros de libertação. A perda de grande quantidade de peso devolve a capacidade do individuo de realizar atividades mínimas do cotidiano, consideradas normais para a maioria das pessoas', afirma o médico.
Atividades simples como amarrar os sapatos e cruzar as pernas tornam-se ações impossíveis para uma pessoa obesa. O paciente que realiza a cirurgia também se liberta do fantasma da diabete, dos roncos noturnos e da sonolência diurna. Mas a intervenção cirúrgica só é indicada para os pacientes que apresentam Índice de Massa Corpórea (IMC) maior que 40 Kg/m2, ou maior que 35 Kg/m2 caso apresentem doenças associadas que venham a se beneficiar clinicamente com a redução do peso.
A obesidade realmente incomoda bastante. Dr. Marcos Leão, por exemplo, é bastante procurado por pessoas que estão acima do peso e realiza cerca de 25 procedimentos cirúrgicos por mês. Mas o paciente obeso não precisa apenas do apoio do cirurgião, ele deve consultar também um nutricionista e um psicólogo. 'Antes da cirurgia, todos os pacientes passam por uma breve avaliação nutricional e psicológica. Nessa fase deverá ser identificado aquele que tem mais propensão para transtornos de humor e aí é indicado um tratamento mais específico', assegurou o especialista. O papel do nutricionista é fundamental após a cirurgia e no processo de reeducação alimentar.
Atualmente, o pós-operatório da cirurgia de redução de estômago é tranqüilo. 'As cirurgias que realizo habitualmente são minimamente invasivas, por videolaparoscopia, utilizando pequeninas incisões e uma micro câmera. Graças a essa tecnologia, a recuperação é mais rápida e mais confortável', contou Dr. Leão. Para ele, a maior dificuldade do recém operado é a dieta dos primeiros dias, que é superada com a percepção dos resultados iniciais do procedimento cirúrgico.
O médico ressalta também a importância das atividades físicas. 'Exercício é um dos pilares para qualquer individuo que deseje ter uma vida saudável e longa, independente do peso', afirmou. O especialista recomenda exercícios aeróbicos, como caminhadas, natação, ciclismo e hidroginástica, com regularidade, no mínimo 30 minutos, cinco vezes por semana.
A cirurgia de redução de estômago não elimina a necessidade da mudança de hábitos alimentares e prática de exercícios. 'O paciente obeso não deve se iludir. As mudanças são condições elementares para que o indivíduo obtenha bons resultados que irão perdurar por toda a vida', assegurou o médico.
A dica do cirurgião é enfática: 'Grandes resultados envolvem grandes sacrifícios, mas não necessariamente grandes riscos. Procure um cirurgião que seja bem treinado, experiente, que se atualize e que trabalhe de forma multidisciplinar', conclui Dr. Marcos Leão.
Fique ligado na próxima e última matéria do Operação Verão!
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