O petróleo é a principal matriz energética mundial. Entretanto, devido aos impactos negativos que causa à natureza, é considerado uma fonte de energia “suja”, ou seja, extremamente poluente. Outra tradicional fonte de energia é o carvão que, assim como o petróleo, está prestes a se esgotar. A iminente escassez dessas alternativas energéticas tem impulsionado os países na busca por fontes de energia que prejudiquem menos o meio ambiente e que sejam renováveis. No Brasil, alternativas como energia hidráulica, eólica, etanol e biomassa já são utilizadas e a expectativa é que continuem se expandido. Segundo estimativas do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE), estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a presença de recursos renováveis no setor elétrico, que alcançou 44,8% em 2010, deve atingir 46,3% até 2020. A pesquisa também aponta redução do uso de hidreletricidade, lenha e carvão vegetal. Em compensação, a utilização do etanol deve crescer. Para a EPE, graças à expansão das energias renováveis, o Brasil deve se manter como o país de matriz energética mais limpa do mundo, com 46% de fontes renováveis. Ainda de acordo com dados da EPE, nos próximos dez anos, a demanda por energia elétrica no Brasil deve crescer 20%. A utilização de outras fontes de energia não deve substituir de imediato as fontes tradicionais, como o petróleo, mas o avanço é preocupação da maioria dos países e esse crescimento não deve ser subestimado. Além de aumentar a quantidade e a oferta de energia, o uso de fontes energéticas alternativas garante o desenvolvimento sustentável, reduzem as emissões de poluentes na atmosfera, fortalece a economia e colabora para a geração de emprego.
Energia eólica A energia eólica é a energia gerada a partir da força dos ventos. Por ser uma energia limpa, a eólica colabora para a preservação do meio ambiente, pois não gera gases poluentes. A força do vento vem sendo utilizada pelo homem há bastante tempo, para mover embarcações e moinhos. Seu uso para produção de energia elétrica depende da instalação de grandes turbinas – chamadas de aerogeradores – em formato de cata-vento -, nos locais em que o vento é forte e constante. Através de um gerador, o movimento desses cata-ventos gigantes geram energia elétrica. A expansão dos projetos eólicos já é realidade no mundo inteiro. Os líderes mundiais são os Estados Unidos, com capacidade de gerar mais de 35 gigawatts (GW), a Alemanha, com cerca de 26 GW instalados, e a China, com 25 GW. No Brasil, as regiões com mais projetos nessa área são o Nordeste e o Sul. Estima-se que nosso país tenha capacidade para produzir aproximadamente 143,5 mil megawatts. O principal destaque é o Nordeste, com 52% do potencial nacional. No último leilão de energia reserva realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foram contratados 34 projetos para construção de parques eólicos no Brasil. O país já conta com 57 parques eólicos funcionando e outros 30 em construção.
Biomassa É chamado de biomassa todo recurso de origem orgânica que pode ser usada na produção de energia. De acordo com o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), no Brasil, serão utilizados bagaço de cana, lixo e esgoto para a geração de energia. Uma das vantagens da biomassa é que ela pode ser aproveitada diretamente na combustão em fornos e caldeiras, sem precisar passar por outro processo de transformação energética. Além disso, seu uso também acarreta vantagens socioambientais, como a redução de poluentes como o gás metano, um dos responsáveis pelo agravamento do efeito estufa e do aquecimento global.
Biodiesel O biodiesel é um combustível renovável, fabricado a partir de vegetais, matéria-prima natural e que não se esgota. Além de reduzir a poluição ambiental, seu uso deve gerar alternativas de renda para a população. No Brasil, dezenas de espécies vegetais podem ser usadas na fabricação de combustível, tais como mamona, dendê, girassol, babaçu, amendoim, pinhão manso, soja etc. Esse combustível é capaz de substituir totalmente o óleo diesel, derivado do petróleo, em motores ciclodiesel automotivos (como os usados em caminhões, tratores, camionetas e automóveis) ou estacionários (utilizados em geradores de eletricidade). O Brasil apresenta condições favoráveis para a produção de biodiesel. Isso porque temos água, terra e clima propícios para a produção da matéria-prima do biocombustível. A produção de biodiesel no Brasil já é realidade. Segundo dados do Anuário Estatístico do Setor de Petróleo e Gás Natural da Agência Nacional de Petróleo (ANP), entre 2009 e 2010, a capacidade instalada das usinas de biodiesel no Brasil aumentou 33% e a produção 49%. Esse resultado é consequência do crescimento da demanda por biocombustível no país. A Petrobras Biocombustível (PBio) deve investir cerca de US$ 300 milhões na produção de biocombustíveis para a aviação, o bioquerosene. A expectativa da PBio é que, até o final de 2015, o combustível já esteja no mercado.
Energia hidrelétrica É a energia gerada a partir do potencial hidráulico dos rios. Para se obter a energia hidrelétrica é preciso construir usinas em rios que tenham grande volume de água e que apresentem desníveis, como quedas d’água, em seu curso. As hidrelétricas são as principais geradoras de energia elétrica no Brasil. No mundo, o país ocupa a terceira posição entre os que possuem maior potencial, atrás apenas de Canadá e Estados Unidos. Apesar de ser uma energia limpa, as centrais hidrelétricas geram impactos ambientais negativos. Alguns deles são o alagamento das áreas vizinhas às usinas (o que, muitas vezes, exige a desocupação desses terrenos), o aumento no nível dos rios e, até mesmo, sua mudança de curso, o que pode prejudicar a fauna e a flora da região. Duas das maiores obras em andamento no Brasil são construções de hidrelétricas. As Usinas de Jirau e Belo Monte, localizadas nos estados de Rondônia e Pará, respectivamente, vão ampliar a capcidade da oferta de energia elétrica nacional em mais de 14 mil megawatts.
Etanol O combustível etanol, popularmente conhecido como álcool combustível, é usado nos veículos automotivos de duas formas: como álcool hidratado, nos carros a álcool ou flex-fuel (os que aceitam álcool e gasolina), e como álcool anidro, acrescentado à gasolina. A principal diferença entre essas duas formas do combustível é o teor de água: enquanto no primeiro está presente cerca de 7% de água, no álcool anidro a proporção é bem menor, alcançando apenas 0,7%. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda de etanol deve triplicar no Brasil até 2020. O volume do ano passado, 27 bilhões de litros, deve aumentar para 73 bilhões em 10 anos. Essa expansão é consequência do aumento da frota de veículos com motor flex. O Brasil é hoje o maior produtor de álcool do mundo e com menor custo de produção. Para estimular ainda mais a fabricação de etanol, o governo brasileiro planeja adotar uma série de medidas de incentivo fiscal para os produtores de cana-de-açúcar que destinarem seus produtos à fabricação de álcool. Algumas das ações previstas são a concessão de crédito e redução de impostos. As primeiras experiências nacionais com o uso do álcool remontam ao ano de 1927. A produção de etanol foi pequena até o início da década de 1970, quando a crise mundial do petróleo estimulou o uso de uma forma de energia alternativa. Em 1975, o governo implantou o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) e as indústrias automobilísticas instaladas aqui começaram a adaptar seus motores para receber o novo combustível. Os primeiros veículos movidos a álcool chegaram às ruas em 1979. Em 1986, o carro a álcool já era quase a totalidade dos veículos saídos das montadoras brasileiras.
Energia solar Como o nome já diz, a energia solar é a captação de energia do sol para a produção de energia elétrica ou mecânica, que possa ser utilizada pelo homem. A energia é captada através de painéis solares que recebem o calor do astro-rei. A energia solar não polui o ambiente, a manutenção das centrais não custa caro e os painéis solares podem ser instalados em locais de difícil acesso. Além disso, em países de clima tropical como o Brasil a geração de energia solar é viável em quase todo o território durante longos períodos do ano. Entretanto, um dos fatores que impossibilita sua expansão é a dificuldade de armazenamento da energia gerada. O Brasil está localizado numa área tropical, onde na maior parte do ano, as temperaturas são altas e o sol é forte. Mas, apesar de ter potencial para a produção de energia solar, o país investe pouco nessa alternativa. Os projetos de energia solar em curso no Brasil são, em sua maioria, de sistemas fotovoltaicos que visam a geração de eletricidade para comunidades onde a rede de energia elétrica não chega. Japão, Estados Unidos e Alemanha são os principais produtores de energia solar no mundo. Estima-se que a radiação que incide sobre a superfície terrestre é cerca de 10.000 vezes maior que a demanda de energia atual de todo o planeta.
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