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Na Bahia, mulheres ocupam posições-chave na organização da Copa

Na Secopa, seis cargos influentes têm a coordenação de mulheres, todas escaladas pelo secretário Ney Campelo

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08/03/2014 às 10:38 • Atualizada em 02/09/2022 às 4:29 - há XX semanas
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Se entrarem em campo de salto alto, Neymar e companhia têm muito a perder nesta Copa do Mundo. Mas, fora das quatro linhas, a organização do evento tem tudo para jogar bonito, entrando de sola com seus saltos agulhas, anabelas, plataformas...
Isso porque, quando 22 homens estiverem “correndo atrás de uma bola” em cada jogo na Arena Fonte Nova, tenha certeza que eles só estarão ali porque mulheres importantes marcaram golaços na gestão do Mundial. Pelo menos aqui na Bahia, tanto no plano estadual quanto municipal, a Copa está nas mãos delas. São seis em postos-chave no estado e mais três na prefeitura. Na Secretaria Estadual para Assuntos da Copa (Secopa), seis cargos influentes têm a coordenação de mulheres, todas escaladas pelo “técnico” e secretário da Secopa, Ney Campelo. No ataque, na coordenação de projetos, Liliam Pitanga, 37 anos, está à frente (sem impedimento, claro), dos planos de reforma e construção dos CTS (Centros de Treinamentos de Seleções).
Liliam, Mônica, Adriana e Maísa: equipe da Secopa joga coesa preparando o terreno para os craques da bola Foto: Betto Jr.
“Lido diariamente com muitos homens e tenho o respeito de todos. Vai muito da postura e da competência da mulher”, conta Liliam, que nunca havia tido contato com o universo do futebol. “Nunca imaginei que ‘bola’ fosse tão apaixonante”, brinca.Distribuindo o jogo, no meio-campo, a assessora especial de planejamento, Mônica Baqueiro, 50, é a mais experiente, inclusive no universo futebolístico. Ela foi às Copas da Espanha (1982) e da Itália (1990). “Sempre gostei de futebol e queria participar disso. Quero que seja mágico, como foi para mim”, afirma. SuperaçãoCheia de garra, Mônica descobriu um câncer de mama em outubro de 2012. Só deixou de trabalhar nos dias de quimioterapia. “Conversei com o secretário, que me perguntou: ‘Você vai conosco até o fim?’. Respondi: ‘Não tenho dúvidas’. Prometi isso para ele porque sabia que ele não queria mexer no time”, ressalta. No gol, ágil, flexível, com boa visão de jogo e defendendo ataques adversários, Maísa Amaral é a assessora de comunicação. É outro exemplo de dedicação. Ano passado, Maísa trabalhou até 5 de dezembro, dia anterior ao que deu à luz. “Tive bebê no dia do sorteio da Copa. Uma bênção”, comemora Maísa. Só tirou menos de dois meses de licença maternidade. Voltou ao batente em 20 de janeiro. “Eu sei que se trata de um grande projeto e as responsabilidades são enormes. Por isso, não poderia deixar para trás. Optei por fazer esse esforço”, conta Maísa, que vai em casa três vezes ao dia para amamentar. Em casos extremos, usa o estoque de leite que mantém no congelador. Como uma espécie de volante avançado, Adriana Tapioca, 39, é a assessora especial de normas oficiais e interlocutora da área de segurança. É ela quem representa o estado nas reuniões com as polícias Federal, Civil e Militar, além de Forças Armadas. Seu papel é integrar todas as forças de segurança. Costuma ser a única mulher na mesa, composta por homens fardados. “Quando a mulher tem o domínio da informação e a noção exata do seu papel, ela ganha respeitabilidade”, considera. Há ainda outras mulheres com cargos importantes na Secopa. Na verdade, dos 102 funcionários, 60 são mulheres. Em uma escalação bem definida, boa parte do grupo trabalha junto há anos para “conseguir os 3 pontos”. “A gente usa a velha tática de que em time que está ganhando não se mexe. Com a mulher, a gente ganha em intuição, sensibilidade e perfeccionismo”, diz o secretário Ney Campelo. Escritório Municipal da Copa tem ‘triângulo mágico’No caso da prefeitura, três assessoras são as “mulheres de confiança” do secretário do Escritório Municipal da Copa (Ecopa), Isaac Edington escala um trio de atacantes: Liana Oliva, na área jurídica, Ana Brito, na administração, e Flávia Faro, na comunicação.Além de acompanhar processos judiciais que envolvem o Escritório, a advogada Liana, 32, participa das operações de fiscalização para combater a comercialização de ingressos falsos e materiais pirateados. Acompanha muitos policiais armados. “É uma área com muito homens. Mas, quando vejo que o comandante da operação é uma delegada, me sinto ainda mais confiante”, diz Liana. “A própria procuradora-geral e subprocuradora do município são mulheres. Isso já nos dá uma moral, né?”. À frente da comunicação, Flávia Faro precisa não apenas demonstrar confiança, mas conhecer de futebol. “Joguei futebol oito anos e sou torcedora do Bahia. Quando a gente demonstra que tem informação, todo o machismo desaparece”.

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