O desembargador federal Fausto De Sanctis voltou a criticar, na quinta-feira (8), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Para ele, o Estado brasileiro deve fiscalizar a entidade, mesmo que a Constituição Federal garanta às entidades e associações esportivas autonomia de organização e funcionamento. "Em dado momento, a CBF se deslocou [deixou de cumprir] de seu objetivo primordial, que é fomentar o esporte, e passou a tratar o assunto como algo de caráter privado", declarou o desembargador, durante o seminário promovido pelo Ministério da Justiça, em Brasília (DF), para discutir a lavagem de dinheiro no futebol brasileiro. De Sanctis já havia feito críticas à entidade durante o primeiro dia do evento, ontem (7). Ao defender que o Estado fiscalize a CBF e os clubes de futebol com maior rigor, De Sanctis mencionou a necessidade de que um órgão independente seja criado. "É necessário um órgão independente da CBF que esteja à altura de fiscalizar as contas, que estão sem controle algum", disse o desembargador, destacando que, ao contrário do que estabelece seu estatuto, a CBF obtém lucros altíssimos administrando uma paixão e um patrimônio nacional e não os reinveste no esporte. Perguntado por um agente da Polícia Federal sobre a constitucionalidade da Lei Geral da Copa do Mundo de 2014, que tramita no Congresso, De Sanctis disse que, do ponto de vista legal, o tema vem sendo tratado de forma equivocada. "Para mim, há aí a mesma questão da autonomia que a CBF reclama para si. O esporte exige sim que o regramento quanto a sua organização e funcionamento seja estabelecido por seus próprios praticantes e entidades, mas isso não significa que normas internacionais que não dizem respeito à organização do evento influam na nossa soberania", disse o desembargador.
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