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Acampamento imita rotina de atletas e meninos sonham alto

Garotos de oito a 14 anos passam uma semana em colônia de férias do Milan na Bahia e desejam ser craques do futuro. Alguns afirmam que vão seguir outro caminho

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14/01/2011 às 13:01 • Atualizada em 29/08/2022 às 13:50 - há XX semanas
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Fotos: Hailton Andrade/iBahiaComo deve ser a vida de uma estrela do futebol internacional? Fama, dinheiro, carros luxuosos... Não apenas isso, mas também uma rotina de treinos e muita bola rolando em campo. No Milan Junior Camp, 31 garotos vivem a experiência durante uma semana, um aperitivo do dia-a-dia de um jogador.

Reunidos em um hotel na praia de Busca Vida, no município de Camaçari, os garotos de oito a 14 anos têm uma agenda a cumprir. Das 8h às 9h30, vestir o uniforme e tomar café da manhã. Depois, treino até o meio-dia. Parada para o almoço e novo treino às 15h. As atividades terminam às 17h e depois é só alegria. Recreação no Resort.

"O garoto aqui começa aprendendo os princípios básicos, como condução da bola, passe, recepção, um contra um e finalização. Fazemos treinos físicos, técnicos, táticos e coletivos", explica o técnico Massimiliano Quatti, enviado das divisões de base do Milan.

Massimiliano Quatti, técnico da base do MilanA garotada não tem o tempo necessário para assimilar tudo que é preciso para ser um boleiro profissional no futuro, mas parece saber como se comportar como um. Renzo Monteiro, paulista de apenas oito anos, o mais novo na colônia, é torcedor do Corinthians. Na tarde de quinta (13), amistoso contra o Timão, seu time de coração, no hotel. E aí, vai fazer gol? "Eu sou profissional. Vou fazer gol, mas não vou comemorar. Vou fazer que nem o Ronaldo quando fez gol no Flamengo", afirma o pequeno com seriedade. Só que não deu para o Milan de Renzo, que perdeu por 2 a 0.

Nunca nenhum jogador do Milan Junior Camp foi aproveitado no clube até hoje. O treinador Quatti diz que só tem um jeito: "tem que ser muito craque, aí eu ligo para Itália e aviso que vou levar". Apesar de não ter encontrado o tal craque até agora, tem muito garoto se candidatando.

Farinha, o camisa 7 da escolinha do TimãoNo jogo dos mais velhos, até 14 anos, também vencido pelo Corinthians por 2 a 0, alguns garotos se destacaram. Do lado rubro-negro, o lateral-direito Kaliel Leal, de 13 anos, chamado de Romarinho, e o ala-esquerdo Lucas Matheus, de 12, foram ariscos.Romarinho explica a origem do apelido. "Porque eu sou marrento que nem o Romário, mas não sou antipático e ignorante", faz a ressalva. Fã de Daniel Alves, baiano do Barcelona, ele justifica a derrota. "A gente tomou 2 a 0 porque o técnico tirou o time todo no intervalo. Todo mundo tinha que jogar, é amistoso, né?! O Corinthians ficou com o mesmo time do primeiro tempo".

Já no Timão, destaque para Matheus Henrique, o Farinha (foto ao lado), 12 anos, autor do primeiro gol da vitória dos paulistas por 2 a 0. "Não esperava fazer um gol, estou no Corinthians tem poucos meses", afirma Farinha, que quer ser jogador profissional, mas tem um sonho maior. "Se eu for jogador, quero jogar no Barcelona. Mas eu quero estudar e ser cientista, porque eu gosto de química".

Lucas Matheus, de 12 anos, também curte as férias no acampamento do Milan. Habilidoso com a perna esquerda, ele projeta duas metas. "Quero ser jogador por causa do sucesso e também porque eu gosto de jogar bola, mas eu quero ser engenheiro. Vou me formar para ter uma carreira depois que parar de jogar. Jogador tem caRomarinho e Lucas, na sala de coletivarreira curta", afirma, com a sabedoria de um craque. Divertindo-se no acampamento, o marrento Romarinho joga no Corinthians e não se vê fazendo outra coisa. "Posso jogar bola no pior time do mundo, mas quero jogar".

Sonhos à parte, a galera se diverte bastante. Todo mundo já aprendeu o hino do Milan e tem até música de autoria da meninada para torcer pelo time italiano. "Minha paixão rubro-negra, 17 estrelas na mão, esse baba me espera para começar a festa... Xalaiálaiá, xalaiálaiá, xalaiálaiá... Milan do meu coração". Sábado (15) é o dia de voltar para casa. Nova edição da colônia na Bahia só no meio do ano.

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