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Angioni traz, em média, um jogador para o clube a cada 11 dias

Reservado, Paulo Angioni faz avaliação da sua gestão à frente do Bahia e fala do que mudou até agora

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26/08/2012 às 13:11 • Atualizada em 09/09/2022 às 21:48 - há XX semanas
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Angioni: "encontrei pessoas que precisavam de estímulo"
Paulo Angioni trabalha em uma sala com menos de 20m² no Fazendão. O ambiente é “clean”: nenhuma decoração, nada de quadros ou plantas. São só duas mesas: uma com computador, telefone, fotos, papéis, gavetas e outra mesa circular para reuniões.Uso da base tricolor e como funciona o Departamento de AnáliseSem alarde, desde abril de 2010, gerencia grande parte do maior orçamento da história do Bahia. Em dois anos, passou por Série B, Série A, estadual e Sul-Americana: contratou 84 jogadores, média de um a cada 11 dias. “Muitos, muitos, com certeza muitos, exatamente por causa deste detalhe da mudança de qualificação de competição. Quer queira ou não, o mercado te mostra isso. A Série B é um tipo de competição; a Série A é outro. E nesse processo o Bahia se transformava”, avalia-se o gestor.Entre os 84 contratados, 33 cumpriram ou renovaram o contrato, 34 foram dispensados por deficiência técnica e 17 chegaram este ano - estão em “observação”. Dos técnicos, só Márcio Araújo cumpriu contrato - Joel Santana saiu após proposta do Flamengo.Reservado - Angioni é reservado. Negou entrevistas nas melhores fases do trabalho: o acesso à elite, em 2010, e o título Baiano, quando quebrou jejum de 11 anos do clube. É mais fácil ouvi-lo na crise. “Não sou o homem das vitórias. Sou das dificuldades. Nas vitórias, procuro me manter discreto. Eu respeito muito o marketing que existe hoje e é uma ferramenta muito importante para a instituição e para o pessoal, mas não sou muito chegado”, fala o ex-diretor da Parmalat na época de parcerias como Palmeiras e o Juventude, no fim da década de 1990, e da MSI, do Corinthians campeão brasileiro de 2005.No Bahia, orçamento mais modesto que nos paulistas, porém enorme responsabilidade. Em 2010, os “custos da atividade futebol” foram de R$ 21.397.131, segundo documento, sem qualquer assinatura, publicado no site da FBF - as despesas totais foram de R$ 29.338.896. Este ano, a divulgação do balanço financeiro está atrasada há quatro meses, pois o estatuto determina 30 de abril como limite.“Ano passado, foram cerca deR $30 milhões, igual a 2010. Em 2012, a previsão é bater R$ 50 milhões sem a venda de jogador”, calcula o vice de finanças Thiago Cintra. “O contrato que deu uma alavancada legal foi o de transmissão da Rede Globo, que vale a partir de 2012. Essa receita do pulo do gato é de agora”, explica. O balanço financeiro seria publicado em assembleia geral, quando o clube planejaria atualizar o estatuto. Mas briga judicial entre diretoria e sócios emperraria a convocação.
Angioni: "nas vitórias, eu procuro me manter discreto"
Equipe - A estrutura administrativa do departamento de futebol é enxuta: cerca de 15 pessoas estão diretamente ligadas ao gestor, formado em Sociologia, mas no mercado da bola desde 1980. O gerente André Araújo é a única indicação pessoal. Supervisor, coordenador e outros profissionais já estavam no Bahia. “Encontrei pessoas muito qualificadas que precisavam ser estimuladas. As pessoas aqui precisavam de mais apoio e estímulo para desenvolver um trabalho bom, com mais eficácia. São pessoas com capacitação e bom trabalho”, afirma, citando os nomes do analista de desempenho Bruno Brizeno, do auxiliar técnico Eduardo Barroca e do preparador físico Luiz Napoleão.Balança - Considerado peça-chave na reestruturação do Bahia, o gestor, já procurado por Palmeiras e Flamengo, agora convive com a desconfiança, a maior em dois anos no Fazendão. O time ainda não encaixou e está há seis rodadas seguidas na zona de rebaixamento do Brasileiro. “A gente teve algumas variantes importantes de lesões e afastamentos. Tem jogadores que a nossa expectativa não aconteceu. Foram muitos problemas no primeiro turno, além da troca do treinador, que são filosofias diferentes e tem a readaptação; por isso é péssima a mudança durante a competição”, justifica. E compara com 2011, quando o Bahia fechou o 1º turno com 20 pontos. “Era essa expectativa? Não, não era. Está abaixo do que se imaginava”, pondera.Idade - Boa parte das críticas atuais está no perfil da contratação de atletas acima dos 30 anos, como os laterais Coelho e Neto, os meias Kléberson e Mancini e o atacante Zé Roberto. Em 2011, foi criticado por apostar em jovens, como Dodô, Zezinho e Bruno Paulo ou o técnico Rogério Lourenço; e depois por remontar o elenco com encostados do eixo Rio-São Paulo, a exemplo de Carlos Alberto, Ricardinho e Jóbson. Nas duas levas, também vieram Marcelo Lomba e Souza, referências da torcida.“Quando lembram de mim como uma pessoa que ajudou no acesso, a conquistar título, eu fico feliz. Mas não é o principal. O mais importante é o resgate da dignidade, da bem querência, do prestígio e da responsabilidade no cumprimento das obrigações do Bahia. Essa é a grande vitória da administração do Marcelinho (Guimarães Filho). É esse legado que eu vou levar”, diz. Angioni tem acordo com o Bahia até o final do ano e é um dos diretores da recém-criada Associação Brasileira dos Executivos de Futebol. “Sou talvez o mais velho de todos, como talvez um ícone pra essas pessoas mais jovens, e que bom para mim: fico muito feliz".Leia aqui mais notícias do Bahia

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