Se a Seleção Brasileira tem cada vez mais dificuldade de manter o respeito e a admiração do torcedor - um fardo criado por ela própria -, ainda goza um pouco do seu prestígio perante as equipes de menor força nas Américas. O imaginário criado pelos dribles de Pelé, Garrincha e cia. ainda é venerado. Assim, enquanto o Brasil de Dunga prega a cautela contra o Haiti, hoje, às 20h30, no Citrus Bowl, em Orlando, pela segunda rodada do Grupo B da Copa América Centenário, os haitianos valorizam a chance de enfrentar a seleção. “É uma bênção, todos os jogadores estão vivendo esse momento, é um sonho virando realidade. Lembro de vermos pela TV, nunca pensamos chegar a um estágio desse”, afirmou o meia Jean Marc Alexandre, em referência ao Jogo pela Paz, que ele viu em 2004, quando a seleção foi a Porto Príncipe em meio ao caos da guerra civil para enfrentar os haitianos. “Emociona, mas quando o apito soa, todas essas emoções vão embora. É uma bênção, não é todo mundo que tem a oportunidade”, completou. Na mesma linha, o técnico francês Patrice Neveu nem pensa em vencer o time canarinho. Apenas quer fazer um bom papel, equilibrar o jogo e não tomar um 6x0, placar daquele amistoso de 2004, nem um 5x1, resultado do encontro da seleção sub-23 brasileira com o Haiti no ano passado. "Ganhar seria um pouco pretensioso, mas acho que temos uma boa chance de fazer um bom jogo. Brasil é sempre Brasil. Hoje em dia o futebol é diferente, eu vi Pelé, mas o Brasil continua sendo um time de respeito”, diz Neveu, que acredita que o segredo é saber a força de seu adversário. Respeito Talvez Dunga possa entender também essa crença do técnico haitiano em conhecer o rival. Por mais que o futebol tenha mudado, o Brasil tem 100% de obrigação de vencer a partida, por sua tradição e pela qualidade dos jogadores. “Temos de respeitar o adversário e buscar a vitória, o que vai acontecer durante a partida são outras coisas. Não mudou nada, o Brasil sempre tem que jogar para vencer”, declarou o técnico brasileiro, em um tom político e sem querer aprofundar no favoritismo canarinho. “Jogar Copa América, uma competição, é outra coisa”, completou Dunga, em relação ao Haiti. O treinador ainda pontuou que os seis cortes no elenco antes da estreia comprometeram o entrosamento, mas crê que o Brasil possa melhorar seu rendimento no torneio. “Tivemos que colocar as ideias novamente aos jogadores que vieram, mas eles estão entendendo, temos certeza que a equipe vai crescer no decorrer do campeonato”, analisou. Miranda treina, mas time deve ser o mesmo da estreia No treinamento de ontem, Dunga teve, pela primeira vez desde a convocação, os 23 jogadores em campo. Recuperado de lesão na coxa, o zagueiro Miranda voltou a trabalhar, mas, mesmo assim, a tendência é que ele não enfrente o Haiti. Assim, Marquinhos deve ser mantido ao lado de Gil. O técnico brasileiro não revelou o time que começará a partida, mas a tendência é manter Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Gil e Filipe Luis; Casemiro; Willian, Elias, Renato Augusto e Philippe Coutinho; Jonas. Ou seja, o mesmo time da estreia, no empate por 0x0 contra o Equador. Por sinal, Dunga absolveu o goleiro Alisson, que falhou bizarramente em gol anulado dos equatorianos no último sábado. “Como treinador, líder, tenho que dar apoio ao jogador. Erros acontecem. Se não tem erro no futebol não sai gol”, disse.
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Redação iBahia
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