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ESPORTES

Aposto em Souza - por Eduardo Rocha

Ao contrário do que alardeiam por aí os extremistas do fim dos tempos, Souza não foi mal no Flamengo. E deu azar com Ronaldo

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18/01/2011 às 10:16 • Atualizada em 26/08/2022 às 20:19 - há XX semanas
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Souza é mesmo um caso digno de estudo. Passa longe de ser craque, mas bem perto de um bom camisa 9. Mesmo assim, coleciona ódio desde sua saída do Goiás, onde foi artilheiro do Campeonato Brasileiro 2006. Vá lá que o Serra Dourada fabrica goleadores do nada - Dimba (2003), Dill (2000) e Túlio (1989) -, mas esse é um feito a se colocar no currículo.

Ao contrário do que alardeiam por aí os extremistas do fim dos tempos, Souza não foi mal no Flamengo. Pivô eficiente, fez de Leonardo Moura e Juan as duas grandes armas rubro-negras. Recebia de costas, girava e rolava pra um dos dois mandarem no gol. E os cariocas passaram a ter “os dois melhores laterais do Brasil”, discurso repetido e repetido pela imprensa de lá.

O problema é que você sabe como é torcedor. Atacante que não faz gol... Souza sabe como fazer, mas também é perito em perder. E deu o azar de contracenar justo com Obina, o homem dos gols milagrosos. Campeonato Brasileiro de 2005, Flamengo prestes a cair, Obina 1x0 no Paraná. Final da Copa do Brasil 2006, Vasco no Maracanã: tome Obina e Flamengo campeão. Carioca 2008, Obina sai do banco, faz dois e dá o bi ao rubro-negro em cima do Botafogo. Aí, Obina é melhor que Eto’o e não tem como comparar.

Mesmo com toda a birra do torcedor, Souza foi vendido para o Panathinaikos, da Grécia, por 3 milhões de euros. E voltou ao Brasil para jogar no Corinthians. Mas o cara tem uma sina. Foi pisar no Parque São Jorge, em 2009, e os paulistas contrataram quem? Ronaldo! E por mais que se diga por aí “o Gordo joga uma e fica cinco fora”, imagine a pressão de substituir o Fenômeno à altura. Ronaldo domina a bola e toca de lado: “Olé!”.

Souza tenta passar no meio da defesa e... “uuuuuuhhhh”. Triste parâmetro. E volto à questão inicial: Souza não é Ronaldo, mas é um bom camisa 9 - potencial artilheiro do Campeonato Baiano. Aliás, desde já aposto em Souza.

Baiano - 2011 O estadual vai contrapor duas propostas de trabalho bem distintas. O Bahia das apostas e o Vitória caseiro. O tricolor da estreia terá sete novos contratados em campo. Isso porque Thiego não foi regularizado. O rubro-negro tem apenas um: Vander, recém-chegado ao clube do Águia de Marabá, o que evidencia a carência no setor criativo.

Impossível dizer quem acerta. A questão é de simples circunstância. Com enorme dificuldade pra contratar, o Vitória olhou para o próprio umbigo. Melhor relacionado, de volta à Série A do Campeonato Brasileiro, com mais capacidade de crédito, o Bahia foi às compras. O que vai acontecer? Aposto em Souza, mas quem pode descartar o tetracampeão baiano?

*Eduardo Rocha é editor de esportes do Correio* e escreve às sextas-feiras. Coluna publicada na edição do jornal do dia 14 de janeiro de 2011

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