- Go, go, gooooooollll, aêêê!!
Sim, é um baba. Mas não um daqueles que se vê todo fim de semana na praia da Barra: esse tinha baiano, italiano, americano, gente de todo lugar. O diálogo acima era quase tudo que se ouvia na partida com metade do time falando inglês ou espanhol. O que fez a bola rolar mesmo foi uma língua mundial: o futebolês. “A gente se vira, qualquer coisa é ‘let’s go!’. Mostra com a mão ou então faz com os dedos, diz ‘six’, ‘seven’, que é seis ou sete jogadores. Eles não vêm pra cá de inocentes, falam um pouquinho de português”, disse o compositor Ricardo dos Santos, 30 anos.
Na falta do português, vale portunhol e mímica. “O que não souber, o futebol ensina. Todo mundo entende que é pra passar a bola”, disse o pizzaiolo baiano Mailson da Silva, 22. Sob um sol de 12h, o americano Daniel Brian Anderson, 31, jogava no mesmo time que Mailson, que ao final da partida, comentava: “Tem que passar pela esquerda e chutar. É pá, pá, gol, entendeu?”.
Acostumado desde criança ao baba, Daniel estranhou os lances. “Jogo com meus amigos, é mais organizado, a técnica é diferente. Eu acho que eu jogo um pouco mais devagar”, disse Daniel, que garantiu ser bom de bola. “Bom, bom, ele não é não, mas dá pra ser centroavante, receber e fazer o gol”, palpitou Mailson. No outro time, o alemão Paul Fischer, 28, se destacava. “Eles jogam bem, mas nós somos mais fortes”, disse Paul, que aposta na Alemanha campeã.
A poucos metros dali, outro baba se formava, mas sem brasileiros. Na disputa, dois mexicanos, dois franceses, três ingleses, dois alemães, dois colombianos e um suíço. “Eu e o suíço jogamos no mesmo time e ganhamos. Mas eu não sou muito bom... se fosse, estaria na Copa para defender a seleção francesa”, brincou Soufyane Bouazza, 22.
Depois de amanhã, Suíça e França se enfrentam na Fonte Nova. “Os brasileiros são bons, mas nós somos ‘los mejores’. Vamos ganhar o jogo hoje, também”, provocou o mexicano de Guadalajara Luis Andres Lozano, 25. Ele não acertou, mas quase...
Mesmo no sol escaldante, Luis jogava usando calça, sapatilha e camisa. Ele garantiu que é bom jogador, mas levou três gols em menos de 20 minutos... E tinha gringo também na torcida, na própria areia da praia; outros pegando um bronze – com muito protetor solar, bonés e chapéus - e teve até um japonês, no meio dos babas, aproveitando para fazer ioga. As mulheres baianas aproveitaram. “A gente veio por causa da praia, mas a ‘paisagem’ está ótima também. Aqui está melhor que Ibiza!”, disse a estudante Marta Soares, 15. Leia também:
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Matéria original: CorreioBaba-mundi: areias de Salvador viram palco de duelo de gringos e baianos
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