Marcelo e Luciano cresceram frequentando estádios de futebol. Filhos de pai rubro-negro e sobrinhos de um tricolor, ora estavam nas arquibancadas da Fonte Nova, ora no Barradão.
Marcelo Dias Andrade, 33 anos, funcionário público, desenvolveu o gosto pelo Vitória. Luciano, 36, desenhista técnico, sempre foi tricolor. Mas, a preferência por clubes diferentes nunca foi empecilho para que eles torcessem juntos.
Se Vitória ou Bahia jogam contra outros times, la está o irmão, colado. Se é clássico Ba-Vi, a dupla nem assim se separa, mas os irmãos se revezam no sacrifício. "Geralmente, eu não vou com camisa do time, mas a gente tá sempre junto, parceria de irmão mesmo", diz Marcelo. E se o Vitória faz gol, como reagir?
"Grita pra dentro. Isso aconteceu seis vezes no 6x5 (2007) do Vitória, eu estava com meu irmão na torcida do Bahia, mas, no último gol, eu não aguentei. Aí ele disse: 'Grita mas sai correndo'. A gente se encontrou do lado de fora", lembra Marcelo.
Luciano viveu momento parecido, mas não era Ba-Vi. Estava na torcida rubro-negra quando o Colo Colo foi campeão estadual no Barradão, em 2006. Quando Ednei fez o gol, deu um jeito de comemorar. "Falei que ia tomar cerveja e fui pra torcida do Bahia".
INEVITÁVEL - Ambos condenam a divisão de torcidas com imposição de barreiras físicas e entradas independentes, mas admitem que as próprias torcidas levaram a essa situação. "Não sou a favor de separação de torcidas, mas devido à violência, infelizmente, por uns todos pagam", diz Marcelo. "A torcida tem sua parcela de culpa", reitera Luciano.
Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 20 de fevereiro de 2011
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