BaVi na Arena Fonte Nova já começou bem antes da inauguração

A permanência do Bahia e o acesso do Vitória fizeram o Ba-Vi começar muito antes da Série A 2013. Antes até da Fonte Nova ficar novamente pronta para receber o clássico de primeira. O carpinteiro Antônio Adeuso trabalha no canteiro de obra da Arena Fonte Nova há apenas dois meses, mas todos os dias mata uma saudade que já dura nove anos. Tricolor de coração, ele viveu grandes alegrias no antigo estádio, fechado em novembro de 2007, e está ansioso pra ver a Fonte colorida no Brasileirão 2013.Com a proximidade da reinauguração, marcada para 29 de março, ele resolveu até dar uma forcinha ao rival. “Eu torci para o Vitória este ano só pra ter um Ba-Vi bonito aqui na Série A. Isso aqui vai ficar superlotado”, projeta Antônio, deixando a imaginação viajar diante da arquibancada vazia. A torcida funcionou. Após 10 anos, Bahia e Vitória estarão juntos outra vez na elite e os operários da Fonte querem ver o trabalho deles virar um espetáculo de primeira qualidade. “Isso aqui vai ficar lotado no Ba-Vi e, se Deus quiser, eu vou estar aqui na torcida do Vitória, vendo meu time dar 3x0”, aposta o rubro-negro José Marques, carpinteiro na obra. O armador de ferragem José Souza aponta um placar menos ousado, mas bota fé que o Bahia vai levar a melhor no primeiro Ba-Vi da Série A. “A torcida vai ficar orgulhosa e aqui vai ser a casa do Bahia. Então, tem que mandar dentro de casa: 2x1 está bom”. Nas ruas, a rivalidade ganhou o calor do Verão. O rubro-negro Alexandre Pereira e o tricolor Carlos de Jesus tiraram onda um como outro e até se encararam. O olho no olho foi seguido de uma boa gargalhada. Gostoso mesmo é usar o bom humor pra sacanear o rival.“Já são seis pontos garantidos. O Leão voltou pra rebaixar o Super- Homem. Vai cair assim ó... bum!”, divertiu-se Alexandre. “O elevador deles é armado com corda, o nosso tem cabo de aço”, rebateu Carlos. O aposentado Amilcar Cruz, 72 anos, acordou cedo na segunda pra caminhar no Porto da Barra. Exibiu a camisa tricolor e gozou o rival como pôde. “Não tem maior alegria do que massacrar o Vitorinha. Agora com eles na Série A essa alegria vai voltar”, disparou. A psicóloga Cíntia Kalil revidou à altura. “Fiquei feliz com a permanência deles. Quero que tomem uma surra nossa”. Agora, só falta o juiz apitar.