A tarde na Arena Corinthians foi de consagração para Everton Cebolinha, que trouxe a campo um pouco do lado lúdico que o próprio apelido, inspirado no personagem da "Turma da Mônica", carrega. O atacante do Grêmio, titular contra o Peru, caiu definitivamente nas graças da torcida, foi ovacionado antes, durante e depois do jogo. Foi dele um golaço na vitória por 5 a 0. Aliando força, drible, velocidade e precisão nas finalizações, sintetizou o jogo que a arquibancada tanto queria ver desde a estreia na Copa América, sem sucesso. Com um apelido desses, é fácil cativar o povo.
Graças ao resultado, o Brasil garantiu o primeiro lugar do Grupo A e na teoria enfrentará um adversário mais fraco nas quartas de final. Teoria porque há chance de o jogo ser contra a Argentina, sexta-feira, em Porto Alegre. Isso se os hermanos fizerem sua parte e não pagarem o mico histórico de serem eliminados ainda na primeira fase.
O problema da falta de gols no começo das partidas e a ansiedade que ela causava na equipe treinada por Tite não existiu na Arena Corinthians porque a jogada aérea da seleção funcionou sem demora. O jogo estava equilibrado, o Peru adotava estilo corajoso, mas logo aos 11 minutos Coutinho cobrou escanteio, Thiago Silva desviou e Casemiro marcou. Foi o primeiro gol dele pela seleção brasileira.
A vantagem teve efeitos emocionais e práticos. Sem o desespero para abrir o placar, a equipe brasileira jogou mais leve, tocou melhor a bola e direcionava seus passes para Cebolinha. Era um Deus nos acuda para a defesa do Peru sempre que o atacante tocava na bola. Foi impossível adivinhar seus movimentos. Uma hora ele arrancava pela ponta, na outra fazia corte para o meio. Somente faltas para pará-lo.
Em termos táticos, o gol de Casemiro e, principalmente o segundo, de Roberto Firmino, fez com que os peruanos adiantassem suas linhas, buscassem o ataque dando muitos espaços para a seleção brasileira. É tão raro ver a equipe de Tite jogando nos contra-ataques, mas quando a oportunidade surge, ela aproveita. Aos 31 minutos, Everton recebeu pela esquerda, cortou para o pé direito e bateu rasteiro: 3 a 0 Brasil e dificilmente David Neres retomará a titularidade nesta Copa América.
No segundo tempo, o ritmo diminuiu um pouco, mas os espaços, não. O Peru sentiu o baque, voltou apagado para jogar e por pouco Everton não fez o segundo dele, em outra bela jogada. A facilidade era tanta que Daniel Alves, aos 36 anos e sem a vitalidade de outros tempos, conseguiu relembrar a ofensividade que mostrava no auge, pelo Barcelona. Em uma de suas idas ao ataque, fez o quarto, concluindo uma jogada bem trabalhada em termos coletivos, que pode servir de referência daqui para frente. Ele tabelou com Arthur e com Firmino para ficar cara a cara com o goleiro: 4 a 0.
As mudanças que Tite fez trouxeram um pouco mais de emoção para o jogo já definido. Willian marcou o quinto gol da seleção e Gabriel Jesus ainda perdeu um pênalti, pouco antes de o árbitro encerrar a partida.
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Redação iBahia
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