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Qual o preço do amor por uma pessoa? E por um time? A devoção do auxiliar técnico Adriano Lima, 30 anos, pelo Bahia valeu R$ 60 na tarde de ontem. A ‘declaração’ do apaixonado foi feita meio escondida, em frente ao estádio de Pituaçu, e testemunhada pelo cambista que vendeu a Adriano o ingresso para o jogo do time baiano contra o Flamengo, pela segunda rodada do Brasileirão 2011. Quem vendeu logo sumiu na multidão. “Tava trabalhando quando começaram a vender os ingressos. Acaba que os cambistas compram tudo. Mas, pelo meu time, vale pagar mais caro”, disse Adriano. Ele deu sorte – se é que podemos falar em sorte pagar o dobro do preço pela arquibancada, que custava R$ 30. Como a compra foi feita às 15h50, dez minutos antes do início do jogo, ele conseguiu pechinchar – a negociação começou em R$ 80. Tudo isso a poucos metros de três policiais militares. Nenhum cambista foi preso, segundo informações da PM. Os ingressos reservados para a torcida do Bahia começaram a ser vendidos, em lotes, no início de maio e esgotaram no dia 22. Horas antes da bola rolar, cambistas vendiam o ingresso por até R$ 80, valor quase três vezes maior que os R$ 30 originais. A cadeira, que na bilheteria custava R$ 60, era vendida pelo dobro do preço, R$ 120. “É um absurdo, nunca compro na mão de cambista em dia de jogo”, diz o eletricista Alex da Silva, 42. Na verdade, o comércio inflacionado começou dias antes. O torcedor do Bahia Sérgio Ramos, 38, garantiu o ingresso no dia 9 pelo preço de tabela. Mas, na sexta-feira, levou os sobrinhos – e torcedores do Flamengo – Yan Machado, 19, e Yves Machado, 20, para comprar o ingresso. Foram a Pituaçu, mas o cambista marcou de entregar o ingresso na Piedade. “Foi tudo escondido, parecia que eu tava comprando drogas”, disse Yves. Cada arquibancada saiu por R$ 70. Vale a pena? “Não sei, é a primeira vez que venho em um estádio”, disse Yan. Eles pagaram mais caro, mas pelo menos assistiram a um jogo de muitos gols – três para cada lado. Um empate salgado.
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