|
René: "lamento a saída de Jóbson, mas não sinto dor" |
Apesar de lamentar a demissão do atacante Jóbson, o técnico René Simões disse que não sentiria dor com a situação do atleta. O caso o fez resgatar uma antiga história com um amigo da adolescência, que se envolveu com as drogas, entrou em depressão e acabou se suicidando. Desde então, o treinador prometeu a si mesmo que jamais deixaria de ajudar alguém.
"Eu tinha um parceiro de 16, 17 anos e íamos juntos para todos os lugares. Aí fui fazer pré-vestibular, saí do colégio onde estudávamos. Depois o pai dele me disse que ele estava envolvido com drogas. Um dia ele apareceu lá em casa e eu o rasguei de cima para baixo e não quis ouvi-lo. Dois dias depois ele deu um tiro na cabeça e eu tive a dor de saber que fui a última pessoa a falar com ele".
O atual técnico do Bahia carrega a mágoa até hoje. "Fui a última pessoa que ele procurou para pedir ajuda. Eu simplesmente joguei em cima dele toda minha raiva. Ele queria falar, precisava de ajuda. Joguei nele toda minha indignação por alguém que tinha caído no pecado, numa fraqueza. Eu me prometi que isso jamais aconteceria de novo comigo. Eu sempre ajudaria, lamentaria, mas não sentiria dor", finalizou.
Mas, apesar dos dotes de psicólogo do treinador, a situação de Jóbson no Bahia ficou insustentável. "Foram muitos atrasos. O comportamento começou a se deteriorar fora de campo e depois chegou dentro de campo. Tivemos tomar essa triste decisão. Lamento profundamente por não dar seguimento ao processo educacional".
Leia mais
Vizinho de Jóbson: "era festa quase todo dia até meia-noite"
René: 'tínhamos que tomar uma atitude em nome do Esporte Clube Bahia'
Jogadores acatam decisão da diretoria, mas ficam na torcida por Jóbson
Empresário nega que saída de Jóbson tenha relação com atraso de salário