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Com fila e sem confusão, repórter leva 1h50 para comprar ingresso

Em 48 horas quase 10 mil bilhetes foram vendidos. Expectativa é de casa cheia no último clássico do ano

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29/09/2015 às 10:43 • Atualizada em 01/09/2022 às 4:08 - há XX semanas
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Os termômetros marcavam 30°C em Salvador quando eu deixei o ar-condicionado da redação do CORREIO rumo à Fonte Nova. A missão: vivenciar a emoção de um torcedor para comprar ingresso para o último Ba-Vi de 2015. O clássico é sábado, às 16h30.
Cheguei à Ladeira da Fonte das Pedras ontem às 10h, quando a bilheteria Norte iniciou a venda de ingressos para todos os torcedores do Bahia. A comercialização começou domingo, apenas para sócios do tricolor, que será mandante e terá 90% dos ingressos - a venda para a torcida do Vitória começa amanhã, a R$ 80.
Cinco minutos depois, eu já não era mais a última. Outras 12 pessoas alongavam a fila no pé da ladeira. Eu já previa uma espera longa e tratei de fazer amizade para me entreter. As resenhas permitiram perceber o sentimento do torcedor tricolor às vésperas do Ba-Vi.
A galera está desconfiada, porém esperançosa. “O técnico do Bahia parece que é maluco e a zaga dá muito mole. Do fundo do coração, eu estou preocupado, mas clássico é clássico”, ouvi de um torcedor. “Está faltando raça, mas a arrancada é agora. Ganhou o Ba-Vi, já foi”, largou outro.

Á esquerda, de chapéu marrom, a repórter Daniela Leone enfrenta a fila na Fonte Nova por um ingresso para o BaVi
(Foto: Marina Silva/Correio)

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O sol dificultava a espera. O chapéu e o óculos escuro apenas amenizavam o calor, e desejei muito que existisse um toldo no local. Depois, a chuva ameaçou, mas não veio. O broder atrás de mim seguramente passava aperto pior. Além da ressaca que tentava curar, percebeu que tinha esquecido a identidade. Iria apresentar a carteira de estudante junto com o crachá da empresa onde trabalha para tentar comprar meia-entrada, mas estava disposto a pegar a fila outra vez. “Se não aceitarem, vou em casa e volto pra pegar fila de novo”.
O tricolor atrás dele não ia pra Fonte Nova ver o Ba-Vi, mas também estava agoniado para comprar ingressos. Cambista, contou que iria revendê-los e levou dois colegas pra fila para comprar em quantidade. O máximo permitido são quatro por pessoa.
Eu já não aguentava mais esperar quando escutei um dos coordenadores de operação da Arena gritar lá no fundo: “Quem quiser vem por aqui. Quem não quiser, é só ficar onde está”. Em seguida, a galera que estava no final da fila pulou a grade e correu para a bilheteria destinada apenas aos sócios, onde o movimento estava pequeno. Nesse caso, os últimos foram os primeiros.
Tive que esperar um pouco mais. Depois de 1h50 na fila, enfim cheguei à bilheteria. Naquele momento, oito dos 10 guichês estavam funcionando. Não presenciei confusão, mas o exercício de paciência seria menor se a bilheteria do Dique estivesse funcionando.
Lembram do cara que esqueceu a identidade? Ele conseguiu comprar o ingresso e comemorou como um gol. No sábado, vai saber se a espera valeu mesmo a pena.
Mais guichês A Arena informa que, ontem, ao meio-dia, destinou os 14 guichês da bilheteria EDG para os não sócios, além da bilheteria Norte, aumentando para 24 o número de guichês. Os sócios foram relocados para a Fan Shop, também na ladeira. À tarde, as filas estavam pequenas. A medida continua hoje.
Correio24horas

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