A zona de rebaixamento é o vizinho indesejado do torcedor do Bahia. Rebaixado logo no primeiro ano dos pontos corridos, em 2003, o Bahia conquistou o acesso para elite em 2010. Mas os três campeonatos na Série A têm poucos momentos de tranquilidade. O objetivo, outra vez, é lutar para não cair.Cristóvão credita queda de rendimento a sequência de jogos do BrasileirãoFernando Schmidt garante permanência de Cristóvão e opina sobre momentoAinda faltam sete rodadas (ou 21 pontos) para o fim do atual Brasileirão. O Bahia, em 15º lugar, tem quatro pontos de vantagem para aPonte Preta, atual 17ª colocada e integrante do Z-4. Caso se mantenha, o tricolor quebra um tabu: na era dos pontos corridos, nunca um clube do Nordeste resistiu mais de três anos seguidos na elite. No Bahia, curiosamente, o curto ápice técnico foi durante a intervenção judicial, entre o dia 9 de julho - quando o ex-presidente Marcelo Guimarães Filho foi destituído - e 9 de setembro, quando o presidente Fernando Schmidt e o vice Valton Pessoa foram eleitos pelos sócios.
Com o interventor Carlos Rátis, entre a 7ª e a 19ª rodada, foram quatro vitórias, três empates e seis derrotas. O time desceu do 11º para o 14º lugar, mas ficou nove rodadas entre os 10 primeiros da classificação e esteve duas vezes no G-4, fato até então inédito nos pontos corridos. Sobre sua parcela na atual campanha, Marcelo Filho é direto.“Antes do Nordeste e do Baiano, a gente poderia ter reforçado mais cedo. Não acho o elenco ruim, mas precisava ser reforçado. Para o segundo semestre, íamos contratar como planejado. Já tinham chegado alguns jogadores, além do (gestor de futebol) Anderson Barros e do (técnico) Cristóvão Borges. De 9 de julho para trás, eu assumo a responsabilidade de bom ou ruim. Dali pra frente, a responsabilidade é de quem está no clube”.Para o ex-presidente, faltou à nova diretoria habilidade em fazer ajustes no elenco. “Claramente, são pessoas inexperientes, haja vista a declaração pública que o (assessor da presidência) Sidônio (Palmeira) deu semana passada chamando o time de mambembe. Isso repercutiu muito mal entre os jogadores e duas reuniões foram feitas no centro de treinamentos após esta declaração desastrosa. Hoje, tenho absoluta convicção que não há uma união entre diretoria e atletas. Quem está no Bahia hoje tem dois erros: querer fazer política e não olhar para o time. É essa coisa politizada”, critica.“O atual presidente (Fernando Schmidt) era secretário do governo do estado e, após a sua saída, a secretaria dois dias depois foi extinta. O assessor especial (Sidônio) é o marqueteiro do governo e braço direito do governador atual. O Pablo (Ramos, diretor de negócios) é ex-assessor da Sedur. Reub (Celestino, diretor administrativo e financeiro) é ex-diretor de empresa pública com status de secretário”.CRÉDITO Sidônio rebate. “Ele foi deputado e presidente. Por isso sempre tenta politizar. Nossa democracia veio pra acabar com isso. A história do Bahia precisa acabar isso. E as pessoas trabalham em algum lugar. O que é preciso é ter competência. E como alguém fala de competência e deixa o caixa zerado?”, questiona. O assessor da presidência também nega que tenha usado o termo ‘mambembe’ para avaliar o grupo. “Nunca. Nosso elenco é limitado quantitativamente, mas confiamos e temos dado todas as condições para haver tranquilidade. Ele fala agora no meio do campeonato, mas faltou planejamento lá atrás com (Paulo) Angioni (ex-gestor de futebol). Nós queremos um time para olhar pra cima e é preciso antecedência, tempo para ouvir critérios técnicos e avaliar. Não adiantava ampliar o elenco sem acrescentar”, avalia.Palmeira cita o próprio exemplo do Bahia para justificar a falta de reforços. “Titi teve proposta para sair e ficou. Quem é que vai liberar bom jogador durante o campeonato? Ninguém. E a intervenção acertou em manter”, diz. “O time do ano que vem já vai ser mais nosso. Aí será uma cobrança mais justa que agora”.
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