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Destaque no Ba-Vi, Caíque lembra início na lateral e relembra avô

Goleiro foi um dos responsáveis pelo triunfo do Vitória sobre o Bahia no último domingo, na Arena Fonte Nova

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15/03/2016 às 9:51 • Atualizada em 01/09/2022 às 10:08 - há XX semanas
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Quando criança, Caíque sonhava em fazer sucesso com os pés, mas foi com as mãos que ele conquistou a torcida rubro-negra no Ba-Vi do último domingo. O goleiro do Vitória estreou como profissional, fez defesas importantes e garantiu o triunfo por 2x0 no clássico disputado na Fonte Nova. “O chute de Juninho, no primeiro tempo, não sai da minha cabeça”, destaca o atleta, que se esticou todo no lance pra evitar o gol adversário.
Aos 18 anos, Caíque impediu que o tricolor balançasse a rede. Aos 11, imaginava fazer justamente o contrário. Canhoto, ele começou na base do Bahia com essa idade, em 2009, como lateral-esquerdo. Só conseguia jogar na posição no Fazendão mesmo.
No campinho de barro da rua onde cresceu, em Fazenda Grande III, os amigos não tinham muita paciência para a falta de habilidade dele. “Eu jogava de teimoso na linha, mas os caras aqui na rua sempre me mandavam ir pro gol”, conta, aos risos.

Caíque volta ao campo de barro de Fazenda Grande III, onde a carreira de goleiro começou por ‘ordem’ dos amigos
(Foto: Betto Jr/CORREIO)

Caíque precisou de poucos meses pra perceber que não teria sucesso com os pés. Lembrou dos babas em Fazenda Grande III e resolveu arriscar outra posição. Se encontrou embaixo das traves.
“Comecei como lateral, passei pra zagueiro e, quando senti que as coisas não estavam boas pra mim, pedi pra perguntar ao treinador se eu poderia fazer um teste de goleiro. Eu queria ser jogador de linha, mas não dava. Lembro até hoje, era dia 17 de maio de 2009 quando comecei a pegar no gol na base do Bahia”, recorda o atleta de 1,98m.
Caíque trocou o Fazendão pela Toca do Leão em 2013. Uma liminar concedida pela Justiça do Trabalho permitiu que o jogador se desligasse do Bahia antes de ter o contrato encerrado porque o clube atrasou o pagamento de parcelas do FGTS. Não se arrependeu e revela que, apesar de ter começado no Bahia, torce para o Vitória desde criança por influência do avô.
“Meu avô era Vitória doente e sonhava em me ver jogar no Vitória. Esse Ba-Vi também foi um presente pra ele, onde ele estiver. Foi ele quem me deu a primeira camisa do Vitória”. Seu Milton morreu em 2008, aos 76 anos.

O irmão Marley, Caíque, a mãe Rita, o padrasto Marcos e a irmã Marielle. Concentração em casa após Ba-Vi
(Foto: Betto Jr/CORREIO)

A mãe, Rita de Cássia, no entanto, é tricolor. E não esconde isso de ninguém. Tanto é que mantém na parede da sala dois posters do filho. Um com a camisa do Bahia e outro com a do Vitória. “Eu sou Bahia, mas hoje eu torço para o Vitória. Eu torço é pro meu filho”, se derrete a governanta de 42 anos, que viu o Ba-Vi pela TV, em casa, tomando chá compulsivamente.
“Eu assisti ao jogo todo, não perdi um lance, mas o coração apertou. Eu sou muito ansiosa e fico nervosa”. E olhe que Caíque só a avisou que seria titular uma hora antes do clássico. “Mancini já tinha conversado comigo na terça-feira. Avisou que eu iria jogar, mas pediu pra não passar nada pra ninguém, pra manter em sigilo, porque poderia vir muita pressão pra cima de mim. Fiquei caladinho e trabalhando”, contou o goleiro. O silêncio deu certo e enganou até o CORREIO, que deu como certa a presença de Wallace como camisa 1 no Ba-Vi. Não foi muito difícil esconder da família, porque Caíque já não mora mais na casa da mãe. No ano passado, ao atingir a maioridade, se mudou para um apartamento em Alphaville pra ter mais liberdade. Ontem, porém, durante a folga, fez questão de receber a reportagem em Fazenda Grande III, com a família.
De olho Fã de Cássio, do Corinthians, Caíque quer jogar na Europa um dia e revela que já despertou interesse do Benfica. “Só teve sondagem, mas não se concretizou. Foi antes de terminar a Série B e agora também na pré-temporada”, revela. “Agora vou trabalhar ainda mais, pra quando tiver oportunidade de jogar fora, estar preparado. A oportunidade aparece quando a gente menos espera”. O Ba-Vi do último domingo prova isso.
Correio24horas

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