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É a vez do Carcará - por Paulo Leandro

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12/02/2011 às 11:18 • Atualizada em 27/08/2022 às 18:38 - há XX semanas
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Ela gritava: “uma vergonha o Vitória empatar com um time que tem jogador usando chuteira com número diferente do tamanho do pé: no Atlético de Alagoinhas, falta até material esportivo!”. Ê exagero! Uma torcedora presente ao Estádio Carneirão, quarta-feira à noite, tava com ideia fixa que a diferença de estrutura entre um clube e outro era incompatível com o empate de 1x1 no placar. - Fausto tá jogando muito assim porque já veio alimentado do Bahia!

Que é isso, minha senhora? Faz tempo que Fausto saiu do Bahia... E o Atlético não é um clubinho faminto não. Foi aí que a vibrante torcida jovem Nação Carcará desabafou pra perturbar os visitantes: - ão, ão, ão, segunda divisão! Na mesma hora, veio a resposta: - ão, ão, ão, nenhuma divisão!

Pois é, o Atlético, um time de nenhuma divisão, faz a melhor campanha do Estadual, tem o artilheiro Marcos Neves, chamado Corujito, e tira onda de mais forte candidato a repetir a façanha do Colo Colo, campeão de 2006. No polo oposto, o único time baiano da elite, o Bahia, amarga a pior largada de campeonato baiano desde 1942, quando a França caiu sob controle da Alemanha nazista. A torcida de ouro sumiu de Pituaço.

Abençoado Atlético: foi fundado em 2 de abril de 1970 na Igreja de Santo Antonio. É o time da galera: além do frei Virgínio, entre seus fundadores estão um dentista, um radialista, um servidor público e um taxista. Dizem que vem do motorista a inspiração do desenho da roda, dando a ideia de um pneu no escudo, vejam aí acima.

Meu bom amigo Paulo Dias, jornalista da turma de 1982 da Federal, é o zelador da história do time que nos deu Merica, Dendê, entre outros ídolos eternos e moradores ilustres da nossa querida Alagodé da Schincariol. A ampliação da cervejaria dá ideia que bebida não vai faltar para festejar o Carcará, como o time é conhecido.

Se as progressistas Arapiraca, em Alagoas, Juazeiro do Norte, no Ceará, e Salgueiro, de Pernambuco, têm times na Série B, junto com o Vitória, por que não um projeto para Alagoinhas chegar lá um dia? Quando o campeonato brasileiro inferior era curiosamente chamado ‘primeira divisão’, lá pelos idos de 1973, o Atlético chegou a decidir um título nacional.

Foi neste ano que o regulamento do Campeonato Baiano foi alterado na reta final, na disputa entre Bahia, Vitória e Atlético. Quem chegasse a três pontos primeiro, seria campeão. O Bahia entrou com dois, bastou empatar com o Atlético, que terminou vice. Este ano, quem sabe, o Carcará, enfim, se vinga. Domingo, no Barradão, tem novo duelo de líderes: o Atlético, 13 pontos, melhor ataque, visita o Vitória, primeiro lugar de sua chave.

Paulo Leandro é secretário de redação do Correio* e escreve aos sábados. Coluna publicada na edição impressa do dia 12 de fevereiro de 2011

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