Enjaulados na Toca, elenco do Leão treina duro para tentar o penta baiano

Regime fechado. Ninguém sai da Toca até 16 de janeiro, data da estreia no Baianão, contra o Colo-Colo. O delegado Antônio Lopes quer todo mundo enjaulado e apresenta bons argumentos pra ter emitido 22 mandados de prisão. “O jogador não tem pressa pra fazer o trabalho, se alimenta melhor e descansa mais. Em casa, ele fica conversando com a esposa, dorme tarde”.

É, caros rubro-negros, está proibido namorar. “Tem que guentar, né?”, conforma-se o volante Uelliton. Vale guardar energia porque o preparador físico Ednilson Sena não está pra brincadeira. Cronômetro na mão pra mudar a atividade sem deixar ninguém parar. Sena é quem comanda o treino, mas Lopes se liga em tudo.

Protetor solar, boné e lá está ele na beira do campo dando bronca em quem vacila. “Vamos lá, meu goleador, corre, olha o teu grupo lá na frente”, dizia pra Elkeson, em tom de incentivo. Depois de tanta canseira cada um pega o carro e segue pra concentração. Nem dá pra gastar gasolina. Afinal, o Vitória não está hospedado em resort luxuoso. A pré-temporada é feita no próprio centro de treinamento rubro-negro.

Filme Pornô - Três jogadores por quarto. Cama de solteiro, ar condicionado e tv com canal fechado. “Só não passa filme pornô”, lembra Uelliton. Nada de frigobar também. Água gelada só no bebedouro do corredor. A área de lazer tem sinuca e dois computadores. Mas será que sobra energia? “Tá todo mundo tão cansado que a maioria fica é no quarto deitado”, conta o meia Rafael Granja. Pra dar exemplo, Lopes também está concentrado. O delegado não é tão linha dura assim. Já prometeu até uma folguinha. “Vou dar uma, mas não vou dizer quando pra não criar expectativa”, avisa.

*Matéria publicada na edição impressa do Correio* do dia 7 de janeiro de 2011