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Ex-jogador cria projeto de basquete no Calabar

Paulo Henrique da Silva conseguiu se tornar jogador de basquete e resolveu estender aos colegas de bairro a chance que recebeu

• 29/03/2012 às 11:41 • Atualizada em 27/08/2022 às 2:31 - há XX semanas

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Venda de geladinhos e latinhas ajudam o projeto
Misture genética e dedicação e adicione oportunidade. Numa cidade onde são raras as quadras ou equipes, o jovem Paulo Henrique Pereira da Silva conseguiu se tornar jogador de basquete. O menino nascido no Calabar chegou ao antigo Clube Espanhol para ser catador de bolas. O pai já trabalhava lá como barman. Muito alto, chamou a atenção do professor Zé Carlos - o sobrenome, o tempo levou da memória -, mas como era funcionário não podia treinar no clube. Foi levado à Associação Atlética, onde Zé Carlos também ensinava, virou ala e jogou nas principais equipes da Bahia. Ainda garoto, resolveu estender aos colegas de bairro a chance que recebeu. “Quando construíram a quadra aqui do Calabar, eu vi uns meninos brincando, eles não sabiam jogar e eu resolvi ensinar. Não pensava criar um projeto. Em um mês, havia 30 participantes”, lembra Paulo, que tinha 18 anos à época. Sem nenhum apoio oficial, o maior desafio de Paulo, hoje, é regularizar o Grupo Comunitário de Basquete do Calabar e Alto das Pombas (GCBCAP). Sem CNPJ, é difícil conseguir patrocínio ou incentivo, mesmo tendo disputado as últimas nove finais do Baiano, com um tetracampeonato de 2004 a 2007. Tráfico - Ciente da realidade do bairro, Paulo Henrique celebra os dias de tranquilidade que se sucederam à implantação da Base Comunitária de Segurança no Calabar. Em outros tempos, já teve que suspender treinos por causa de confrontos do tráfico. Por isso, além de treinar bem, o projeto exige dos alunos boa conduta. Quem perde ano na escola é suspenso. Geladinho e latinhas reforçam o caixa - Geladinho no isopor e olhar atento às latinhas no caminho. Para disputar todas as categorias do Campeonato Baiano de Basquete, Paulo Henrique estabeleceu uma rotina. Todos os dias, durante os treinos, a caixa térmica fica na saída da quadra. Quando a aula é na Ufba, em Ondina, o isopor de geladinho recebe o reforço de água, refrigerantes e sucos, e faz sucesso no baba dos estudantes. O dinheiro arrecadado é somado ao que o grupo consegue vendendo latas de alumínio para a reciclagem. “Às vezes, a gente sai andando do Calabar pra jogar no Salesiano (em Nazaré) ou no Cefet (no Barbalho). E no caminho vamos catando latinhas pra reciclagem”, conta. Como tantos outros, o projeto tem dificuldades. As bolas são cedidas pela Federação Baiana de Basquete. O Rotary Club da Barra doa os uniformes, que são reaproveitados e compartilhados entre alunos das várias categorias. O professor leva tudo pra casa pra lavar. Em janeiro, uma casa na Ilha, cedida por um amigo, vira colônia de férias para os alunos. Quem não passa de ano fica de fora. Mas todo o esforço vale a pena quando jovens como Danilo Melo, de 16 anos, abraçam o esporte. Antes, o garoto brigão nem sabia o que era basquete. Hoje, já não é suspenso na escola e troca sem pensar um jogo do seu Bahia por uma transmissão da NBA. “Queria jogar como Michael Jordan”, sonha, lembrando o craque, já aposentado, da liga profissional americana. A meninada vibra assistindo aos jogos da NBA na casa de Paulo Henrique, mas tem que dividir espaço com a novela, que a mãe do professor não dispensa. No início do ano, o professor, Danilo e seus amigos puderam bater bola com outra lenda do basquete mundial. Kareem Abdul-Jabbar visitou o projeto e o grupo conheceu o recordista de pontos da NBA, com 38.387 anotados. “Foi bom ver ele na quadra”, resumiu Danilo.

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