Em sua primeira manifestação pública a respeito da ação judicial em que acusa de quebra de contrato de patrocínio o jogador Neymar Jr., Delcir Sonda, dono da DIS Esportes e Eventos, braço esportivo do Grupo Sonda, disse aos prantos nesta quarta-feira que se sentiu traído pelo atacante da seleção brasileira. A empresa deteria 40% dos direitos da transferência de Neymar, que em 2013 foi vendido ao Barcelona numa transação que totalizou 65 milhões de euros.
Em entrevista coletiva concedida no bairro dos Jardins, na Zona Oeste de São Paulo, Sonda falou ainda que não busca valores financeiros na ação penal que move contra o jogador na Espanha, por suposta prática de corrupção privada e fraude por contrato simulado na transação de venda de seu passe pelo Santos ao Barcelona.
— Jamais imaginei fazer parte de uma ação penal contra esse menino, que eu considerava muito — disse o empresário, que afirmou ter investido R$ 5,5 milhões no atleta quando ele tinha 17 anos e ainda nem havia jogado uma partida oficial pelo clube santista.
Sonda estava acompanhado de Roberto Moreno, diretor-executivo da DIS, e de Paulo Nasser, advogado brasileiro da empresa, e de Eliseo M. Martinez, advogado espanhol que cuida da causa em Madri. A empresa aciona Neymar Jr e o Barcelona, entre outros réus, por não informar o patrocinador sobre a negociação e por supostamente fazer simulações contratuais para se esquivar do pagamento da multa.
— Temos de deixar claro que essas ações não têm nada a ver com o processo que o Barcelona sofreu por evasão fiscal — disse Nasser. Durante a entrevista, Moreno apresentou dois documentos datados do fim de 2012 em que o Barcelona foi questionado sobre uma possível negociação de compra de Neymar e a resposta dos catalães negando a tratativa.
O executivo disse que àquela altura, o jogador já havia recebido 10 milhões de euros do clube estrangeiro: — Foi ético ele ter jogado a partida entre Santos e Barcelona (pela final do mundial da Fifa, em 2011)? — questionou o executivo, que foi além em seu discurso, ao falar que o jogador teria cometido crimes. — Vocês dariam aos seus filhos uma camisa de jogo com o nome de Eduardo Cunha ou com a inscrição da construtora Odebrecht?
O julgamento da ação deve ocorrer dentro de um ano, segundo estimativas dos advogados do grupo Sonda. A acusação pede penas de cinco anos de prisão, além de multas que multiplicam por três os valores devidos, podendo chegar a mais de 150 milhões de euros.
Apesar do apreço, Sonda foi duro ao qualificar a conduta do craque no processo de venda de seu passe e transferência para o clube catalão. — Não podemos tolerar corruptos. O Neymar Jr. não pode servir como exemplo para as novas gerações. Não podemos ser seletivos e coniventes com a corrupção — disse ele.
OUTRO LADO
Procurada, a assessoria de Neymar Jr. no Brasil disse que não iria se manifestar sobre as declarações de Sonda e seus advogados.
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Redação iBahia
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