A má notícia come banco há nove jogos, sequência de triunfos do Vitória, até então, único classificado pra semifinal do Baiano. Dos 51 pontos disputados, 41 deles foram abocanhados pelo Leão. Nessa segunda fase, cinco vitórias em cinco jogos. Sem falar no melhor ataque (37 gols) e melhor defesa (15 sofridos) do estadual. Tudo beleza então, né? Vai falar isso pro técnico Antonio Lopes... O delegado tem certeza que esse time precisa melhorar e muito.
O Vitória está nessa sequência de nove vitórias seguidas, mas apesar da melhor defesa do campeonato, levou gol nos últimos quatro jogos. Isso ainda deixa o técnico Antonio Lopes inquieto?
O Vitória tem os defeitos que todos os time têm. Não vou apontar pra você os erros do meu time, não fica bem com os jogadores. Sabemos que podemos melhorar e conversamos com os atletas.
Na vitória de 3x2 sobre o Serrano, foram dois gols sofridos através de bolas aéreas. Essa seria uma das falhas evidentes no Vitória?
Minha preocupação é com tudo. Não procuro ver só o final da jogada que levamos o gol. Vejo também como começam para saber onde estão os problemas. Futebol é assim. Você acerta um erro, depois aparecem outros e por aí vai. O treinador não consegue reparar definitivamente os erros de um time.
Juntos, Nikão, Geovanni e Elkeson marcaram 22 dos 37 gols (59%) do time no campeonato. Quando o senhor optou pela escalação no tirunfo de 2x0 sobre o Camaçari, na abertura da segunda fase, apostava que ia dar tão certo?
Eu achava que eles poderiam resolver e deu certo. Nikão (nove gols), além de estar marcando, tem criado bastante, como no gol de Geovanni (sete gols) no sábado, contra o Serrano. Elkeson (6 gols) define bem e Geovanni a mesma coisa. Eles precisam melhorar no entrosamento, mas os números mostram que estão bem.
Então, Lopes não sente falta daquele tradicional camisa 9 de referência no ataque pra fazer o papel de pivô lá na frente?
A gente sempre sente falta daquele grande jogador, do craque. Não tem essa de sentir falta de camisa 9. Como Nikão, Elkeson e Geovanni estão indo bem, não quero mexer no time nesse momento tão bom.O time está bem encaixado, mas o torcedor sempre pensa na Série B, que é o principal objetivo do ano.
Esse time do Vitória está pronto para ser campeão baiano e iniciar bem a segunda divisão?
Não estou pensando na Série B. Penso só no estadual. O time nunca está pronto. Precisa melhorar em tudo. Não existe time pronto no futebol. Se puder trazer grandes jogadores, a gente quer. Mas nunca esquecer dos meninos. Estou procurando arrumar mais garotos da base.
No Grupo A, de onde vem o adversário do Vitória na semifinal, o segundo colocado é o Bahia. Se continuar assim, tem Ba-Vi na semi. O senhor prefere ou pouco importa?
Não tem essa de pensar em adversário, não. Quem fica pensando nisso, acaba esquecendo de fazer o seu. Quem vier vai ser pedreira. Esse Bahia de Feira é muito bom, o Vitória da Conquista também... Temos que fazer o nosso.
No ano passado, o senhor chegou restando 11 rodadas, venceu apenas duas e não conseguiu evitar o rebaixamento do Vitória pra Série B. Esse ano, apesar da eliminação precoce na Copa do Brasil, os resultados agora estão vindo. Qual o principal motivo pra esse sucesso?
Pegar um time no final de temporada é sempre difícil. É complicado fazer alguma coisa com pouco espaço de tempo. Esse ano, iniciamos um trabalho e reformulamos quase o time todo. Está tudo bem, mas isso não quer dizer nada. Nunca fico satisfeito. Tem que fazer sempre muito mais e continuar evoluindo.
Com nove vitórias seguidas, o senhor está a apenas uma de se tornar o técnico com maior sequência vitoriosa no clube. Persegue essa marca?
Não me preocupo com isso. Quero o Vitória campeão. Troco qualquer recorde pelo título baiano.
Entrevista publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 12 de abril de 2011
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