Bahia e Vitória só jogam neste domingo, 13, mas para muitos que esperaram na sexta, 11, por um ingresso, numa fila de mais de um quilômetro, o placar já ficou no 0x0. Foram apenas 32.157 entradas para o jogo, 90% vendidas pelo Bahia e 10% pelo Vitória. O apenas não é exagero: muita gente passou toda a manhã na fila e, mesmo assim, não garantiu o bilhete.
A ansiedade foi grande: os ingressos que começaram a ser vendidos às 9h se esgotaram em quatro horas e meia, por volta das 13h30. Excluindo os seis mil ingressos vendidos pelo Bahia antecipadamente a sócios do clube e parcerias, foram aproximadamente 97 ingressos vendidos por minuto. A busca para assistir a decisão do Baiano terminou em frustração para muitos torcedores. A fila fazia um grande “u” ao redor do estádio. Tricolores fanáticos, esperançosos de quebrar o jejum de dez anos sem o título, se amontoaram próximo à bilheteria na noite de quarta-feira, logo após o triunfo do Bahia sobre a Portuguesa em Pituaçu, pela Copa do Brasil. Os candidatos a uma vaga nas arquibancadas não vacilaram. “O pessoal chegava aqui com comida, bebida, colchões e cadeiras”, conta um segurança do estádio. Segundo ele, a partir das 4h da madrugada de ontem, a movimentação de torcedores passou a ser maior. Uma hora antes da abertura das bilheterias, às 9h, a fila já estava a perder de vista e confusões eram inevitáveis.
Quando os guichês foram abertos, o empurra-empurra era para impedir que os espertalhões furassem a fila. Mas o que dizer de policiais militares que foram para o estádio no intuito de garantir a ordem, mas acabaram provocando a ira dos torcedores quando compravam ingressos sem enfrentar a fila? “Isso é um absurdo. Cheguei aqui às 5h e os policiais estão usando a farda para pegar os ingressos e passar para outras pessoas”, reclamou o empresário Mário Antônio de Jesus Bezerra, 30 anos. Segundo outros torcedores, policiais que não estavam escalados para o local também deram uma passadinha para garantir o ingresso. “Um deles chegou numa viatura e disse que estava de passagem e que só veio pegar uns ingressos. Cheguei aqui às 5h. Vai dar 11h e nem dei dois passos”, dizia, indignado, o estudante Pedro Costa Júnior, 22. Procurado pelo CORREIO, o administrador do estádio condenou a atitude dos PMs. “Tem gente que chegou aqui ontem à noite. Eles não podem fazer isso”.
Segundo o comando da PM, os policiais já foram identificados, mas ainda está sendo verificado a que companhia pertencem. Um processo administrativo será instaurado. “É prematuro determinar quais os procedimentos a serem tomados, porque ainda não ouvimos os policiais. Não sabemos o que de fato ocorreu. Vai depender do que eles justificarem”, diz capitão Marcelo Pita, da Comunicação da PM. Os mais sortudos exibiam os ingressos como = troféu. “Fui uma das pessoas que dormiram aqui. Valeu o sacrifício”, diz o estudante Fabrício Moura, 18.
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