Aos 31 anos, “goleador”, o baiano Rogério (nome fictício) já traiu a noiva oito vezes nesta Copa do Mundo. “Velho, é complicado resistir. Esse clima de descontração, as mulheres caçando, você acaba se envolvendo”, justifica.
Pelo visto, além de tudo, o Mundial tem sido um ambiente propício para pular a cerca. Algo bem longe, aliás, de ser feito apenas por brasileiros.
Prova disso é o levantamento feito pelo site de relacionamento extraconjugal Ashley Madison. O portal não computa os nativos como Rogério, que poderiam colocar o Brasil entre os primeiros do ranking neste quesito. A pesquisa quis saber quem são os turistas dispostos a trair suas esposas, noivas e namoradas e quais são seus destinos preferidos durante o Mundial de futebol em território tupiniquim.
Tiki-"Taska"
De acordo com dados da ferramenta Traveling Man – dedicada aos usuários que buscam por casos em outras cidades durante viagens de negócios ou lazer –, os espanhóis são os que mais têm dedicado tempo para trair entre uma partida e outra da Copa. Ou seja, se o time de Iniesta e Xavi já voltou para casa, seus torcedores continuam aprontando em alta por aqui, dispostos a entrar com bola e tudo, sem humildade em gol.
“Os espanhóis, claramente, sabem unir o útil ao agradável. Usam a desculpa de viajar para ver a Copa e aproveitam para conquistar novas amantes brasileiras”, comenta Eduardo Borges, diretor-geral do Ashley Madison no Brasil.
Não encontramos nenhum espanhol casado se aplicando por aí, mas, solteiro, Carlos Gonzalez, 30, confirma que, independente de sites de relacionamentos, muitos dos seus compatriotas vêm para cá “na intenção”.
“Muitos espanhóis viajaram para o Brasil pensando em, durante as festas, conhecer alguém e fazer sexo com gente local ou também estrangeiros”, diz Gonzalez, que trabalha em Brasília e esteve em Salvador para ver a derrota da Fúria para a Holanda, por 5x1, na Arena Fonte Nova.
No ranking, os espanhóis são seguidos pelos ingleses, alemães e americanos. “O que posso dizer é que as brasileiras são muito atraentes e, se eu tiver uma chance, eu não vou desperdiçar”, garante o norte-americano Frank P., 32, casado há cinco anos, enquanto caminha com amigos no calçadão da Barra.
Hermanos
Os cinco argentinos que tomavam caipirinha em frente ao Caranguejo do Farol, na Barra, também queriam marcar gols na casa do adversário. O detalhe é que somente um deles não é comprometido. “A mulher brasileira sempre com esse sorriso, nos encanta”, diz Lucas F., 27, o único que não tem namorada. Os demais se gabavam por driblar suas “oficiais”. “Dizemos que viemos pelo futebol, ‘pero’ estamos ‘acá’ pelas ‘mujeres’”, admite um deles.
Nem todos os estrangeiros aceitaram falar sobre o assunto. O bósnio que interpelamos olhou a pesquisa e se recusou a comentar. “Você quer me comprometer”, disse, arranhando um inglês.
“Isso vai da cultura de cada país. Nos Estados Unidos, depende muito de como está o seu casamento. Se você tem oportunidade e seu casamento não vai bem...”, afirma o americano David L., 33. Aqui na Bahia, em alguns casos, não depende de nada. Rogério, que diz amar de paixão sua noiva, caía fácil na pilha da galera: “Faz mais um para a gente ver”.
Salvador
Entre as 12 cidades-sede da Copa, Salvador é a quinta que mais tem atraído torcedores dispostos a relacionamentos extraconjugais vindos de outros países. Ao todo, 9% dos usuários que vieram ao Brasil ver o Mundial usaram a ferramenta Traveling Man para encontrar companhias casuais na capital baiana. O destino preferido dos torcedores infiéis é São Paulo, onde estiveram concentrados 23% das tentativas de contatos. O Rio de Janeiro vem em segundo, com 19%, seguido de Belo Horizonte (14%) e Porto Alegre (12%).
Fundado em 2002 pelo advogado canadense Noel Biderman, o Ashley Madison é o maior site de relacionamentos extraconjugais do mundo, com mais de 22 milhões de usuários cadastrados em 36 países. No Brasil, a comunidade infiel existe desde 2011 e já conta com mais de 2 milhões de membros em busca de relações sigilosas. Matéria original: Jornal Correio* Gringos admitem traições na Copa e espanhóis lideram ranking dos infiéis
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