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Grupo iniciado por irmãos forma gerações de corredores de rua

Hoje, quem nasce Botelho tem inscrito no DNA o amor pela corrida

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10/06/2012 às 14:15 • Atualizada em 27/08/2022 às 17:50 - há XX semanas
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Inscrições para a Meia Maratona da Bahia aumentam a cada dia. Acesse o site www.meiamaratonadabahia.com.br
Nada acontece por acaso, certo? Mas, foi exatamente assim, sem planejar, deixando acontecer, que a ideia de um corredor solitário aproximou os membros da família, criou uma grife reconhecida hoje em corridas na Bahia, Brasil e até no exterior, e extrapolou os limites do sobrenome. Quando, no ano de 2008, num aniversário que ele não lembrava de quem foi, Paulo Botelho convidou os irmãos para participar de uma corrida de revezamento, não tinha ideia de onde isso iria parar. Paulo já corria desde 2004. Certa vez, num momento Forrest Gump (Run, Forrest, Run!), saiu do Farol da Barra pela orla e chegou até o Farol de Itapuã, percorrendo 21 quilômetros. “Nem sabia que isso era uma meia maratona”, lembra Paulo, que voltou pra casa de ônibus. Correndo, deixou o cigarro e hoje se prepara para disputar a sua sexta Meia Maratona na prova do Correio*, no dia 22 de julho. Após o revezamento, os irmãos se animaram. Célia, hoje com 65 anos, foi a primeira mulher a aderir. Não demorou e vieram Denise e Sônia, as “gêmeas” nascidas em 12 e 13 de setembro, com diferença de quatro anos. Uniformizados, eles começaram a chamar a atenção nas provas que participavam. Vieram as viagens, um fórum na internet foi criado, as corridas passaram a ter registro fotográfico, a família Botelho virou uma instituição. Evolução - Da vontade de participar veio a busca por resultados. Os laços de parentesco foram expandidos. A família Botelho se tornou um estado de espírito. Através do grupo, os Botelhos encontraram parentes distantes, de outros ramos da família, alguns no interior, em Vitória da Conquista. Acharam até um Grupo Botelho no Rio de Janeiro. Descobriram até que Luiza Brunet era Botelho antes de se casar. Hoje, quem nasce Botelho tem inscrito no DNA o amor pela corrida. E se o sobrenome não lhe pertence, sem problema. Eles emprestam. Quem nao corre, torce, tira fotos, leva água, participa. Esse, aliás, é o objetivo inicial e cada vez mais forte para manter a família unida. Mais lentos, mais rápidos, magros, gordos, idosos, fumantes, todos têm suas dificuldades e metas, mais ou menos ousadas. Mas tudo que realizam, eles comemoram juntos. Inscrições - As inscrições para a Meia Maratona da Bahia aumentam a cada dia e quem não quiser ficar de fora precisa correr. Das 3,5 mil vagas para as três distâncias - 5km, 10km e 21 km -, até antes do feriado quase mil haviam sido preenchidas. A inscrição é feita no site da Meia Maratona Caixa. O valor é de R$ 70, mas corredores com mais de 60 anos pagam meia. Portadores de necessidades especiais têm inscrição gratuita, desde que enviem laudo para o email [email protected]. ‘Quenianos’ voadores O objetivo do grupo é promover interação e a maior motivação é completar as provas. Mas, como em qualquer atividade competitiva, a sequência de provas revela alguns talentos, que não se contentam em participar. Daí, surgiu o núcleo dos "quenianos" da Família Botelho. O apelido, é óbvio, faz referência aos tempos cada vez mais baixos. Daniel Barreto é um deles. Em um ano, baixou seu tempo em quatro minutos e estabelecu a marca pessoal de 21min30s para os 5 quilômetros. Esse ano, está focado em correr provas de 10km e planeja disputar os 15km da São Silvestre. Sandro Botelho e Luís Alves, o “Patu”, têm uma rivalidade particular nos 5km. Patu deixa escapar que já correu abaixo de 19 minutos, embora nas provas ele e Sandro ainda estejam nesta casa. Entre as mulheres, a queniana é Yara Botelho, esposa de Paulo, que faz os 5km em 26 minutos e já correu várias provas de Meia Maratona. Em contraponto, Mário Botelho se auto-intitula “japonês”. Ele explica. O corpanzil de 130kg lembra um lutador de sumô. Com uma cirurgia no joelho, ele temdificuldade para dar sequência, e quer perder 40kg. Botelhos por adesão Quando Paulo Botelho resolveu padronizar o uniforme da família não sabia que estava abrindo uma porta que jamais poderia ser fechada. Maridos, esposas, namorados e filhos, que não necessariamente carregam Botelho no nome, aos poucos foram se agregando à prática da corrida. Não demorou, surgiram outros ramos da família Botelho. Sandro Botelho é um deles. Pesquisando os tempos dele e do irmão, Cláudio, achou outros Botelhos e, em 2009, numa corrida Duque de Caxias, se apresentou a Paulo. Aos poucos, começaram a treinar juntos e logo todos vestiam a mesma camisa. Foi a chega de Cláudio, inclusive, que trouxe para o grupo uma rotina de treinos mais organizada. Profissional de Educação Física, ele orienta os corredores com maiores pretensões. Mas, a curiosidade e a proximidade de alguns amigos dos Botelhos impede que eles corram apenas com parentes. O número de agregados só faz crescer. Daniel Barreto trabalha com Sandro e Cláudio e se tornou um deles. No mesmo rastro veio Evandro Rosa. Luís Alves, o “Patu” é casado com Regina, a Botelho que não corre, prefere fotografar.

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