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Nonato reencontrou amigos tricolores no CT do Goiás |
Nonato nunca seria um herói das histórias em quadrinhos. Mas é um herói das multidões, das arquibancadas. Sétimo maior artilheiro da história do Bahia, com 125 gols, o atacante dá as dicas para o time se dar bem contra o Atlético-GO e a torcida não procurar por um vilão domingo (2), às 16h, no estádio Serra Dourada. "É conversar e saber a responsabilidade de vestir a camisa do Bahia. O rebaixamento é sempre ruim pra todo mundo. Depois, tranquilidade. O Bahia tem o resultado na mão e não tem que entrar em desespero", comenta, sentado no sofá do apartamento, em bairro nobre de Goiânia, antes de ir ver o Bahia treinar na Serrinha, o CT do Goiás, na sexta-feira. No elenco, o meia Gabriel é seu fã e o zagueiro Alysson já pediu até foto em aeroporto, fora os amigos Souza, Zé Roberto e os funcionários. "Em 2002, a nossa necessidade era ganhar de qualquer maneira. Agora, é ter calma", diferencia. Dez anos atrás, na última rodada do Brasileiro, o Bahia aplicou 4x2 na Portuguesa, em Mogi Mirim, interior paulista. Nonato fez três gols. Neste domingo, basta empatar pra não depender de tropeço do Sport contra o Náutico. 'Ano que vem tem que ter Ba-Vi. Não pode o Vitória subir e o Bahia cair. Vai dar tudo certo". Certo não deu em 2003. Na estreia do Brasileiro por pontos corridos, o Bahia caiu. Ser um herói humano é viver na montanha-russa. "É horrível pra sua carreira e seu currículo", lembra. O rebaixamento acabou com a relação. Era amado pelos gols, mas visto como vilão fora de campo. "Às vezes, eu ia a lugares indevidos e eu sou uma pessoa pública. Você acaba crucificado. Eu sempre fui simples e não escolhia lugares fechados. Eu fazia meu trabalho em campo, sempre meu melhor, e resolvia. No Bahia, fui um cara que fez a sua parte muito bem feita. Por isso tenho esse carinho enorme dos torcedores", diz. Coreia do Sul, Japão, Goiânia e Fortaleza até o telefone com DDD 71 voltar a tocar, em 2007. O Bahia estava no fundo do poço, na segunda temporada na Série C. O 'flash back' foi intenso. Teve faixinha na cabeça, em ideia compartilhada com o preparador físico Dudu Fontes ("Mas não deu sorte porque eu acabei expulso", lembra, sorrindo) e gesto obsceno para a torcida. "Foi impensado e totalmente incorreto. Cabeça quente. Fiz o gol e saí pra desabafar, xingando. A torcida achou que era com ela e fui vaiado. Fiquei perturbado. Errei. Pedi desculpa e nunca mais aconteceu".
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Nonato está com 33 anos e projeta retorno ao Bahia |
E também teve, claro, muitos gols: 19. Nonato foi goleador do time e o Bahia subiu pela primeira vez dentro de campo. "Sinto saudade demais. Estou sempre acompanhando o Bahia, é um carinho enorme. É o clube que mais vezes vesti a camisa, sou totalmente identificado. A história é bonita".
Fonte Nova - Falta o final feliz. "Tenho 33 e quero jogar até 35 ou 36, porque ainda tenho força. Fiz 28 gols ano passado e 25 gols este ano. Acho legal começar a carreira em um clube e terminar lá, jogando bem. Passaram tantos craques no Bahia e sou o sétimo artilheiro da história do clube", diz Nonato, o herói das arquibancadas, convidado a assistir ao jogo de amanhã no camarote da diretoria. Ele já acertou pra jogar no Sampaio Corrêa, do Maranhão, em 2013. Depois... "Se Deus quiser, eu ainda vou entrar de novo na Fonte Nova".
Nonato mora em Goiânia há seis anos, mas tem o Bahia na cabeça