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Hoje no Vitória, Guilherme Mattis quase virou atleta de basquete

Em entrevista ao CORREIO, defensor contou sobre o começo em outro esporte as dificuldades no futebol

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10/08/2015 às 10:04 • Atualizada em 28/08/2022 às 2:32 - há XX semanas
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Tudo começou como uma brincadeira de criança, onde o futebol passava longe de ser um amor. Guilherme Mattis, hoje com 24 anos e zagueiro do Vitória, tinha 14 na ocasião em que descobriu a paixão pelo basquete, quando participou pela primeira vez da olimpíada entre sócios promovida pelo Clube Atlético Ypiranga, em São Paulo. Altura, ele sempre teve (hoje está com 1,94 m), o que já era um indício de que teria chances de brilhar no basquete. Mas uma dificuldade financeira arrancou o sonho do garoto e colocou em seus braços o que seria o amor da sua vida: o futebol. “A olimpíada do clube tinha vários esportes, mas me destaquei mesmo no basquete. O treinador do clube me pediu para fazer um teste e eu não tinha o menor interesse por futebol. Fiz e fui bem, só que eu ia treinar com tênis de futsal. O campeonato ia começar e eu tive que abandonar o esporte porque minha mãe não tinha dinheiro para me dar uma basqueteira. Então, tive que ir jogar futsal, já que era o calçado que eu tinha”, conta. Talvez, se a família tivesse uma condição financeira melhor na época, o nome Guilherme Mattis estampasse algum grande clube da NBA, mas essa é uma dúvida que não atormenta o jogador. “No começo, quando larguei o basquete, foi estranho. Entrei no futebol e, quando eu caía, metia a mão na bola, esquecendo que não era basquete. O pessoal ria e brincava muito”, lembra, aos risos.
Com 1,94m, Mattis se destaca pelo rubro-negro Foto: Mauro Akin Nassor/Correio)
“Acho que, se eu continuasse no basquete, as coisas seriam mais fáceis. Pelo menos, acho que não passaria tantas frustrações e dificuldades como passei no futebol. Talvez a concorrência fosse menor. Mas eu sou tão feliz com a escolha que fiz... Nada na vida acontece por acaso”, diz, com um sorriso de menino. A vida, no entanto, nem sempre acompanhou o sorriso do zagueiro. Aos 10 anos, ele viveu um dos momentos mais difíceis da sua vida. “Eu não tive estímulo a ser jogador só porque meu pai também foi. Até porque, ele se separou da minha mãe em 2000 e, depois de uns dois anos, sumiu e nunca mais deu notícias. Meu apoio veio todo do meu avô materno, Manfredo, e da minha mãe, Mariá, que nunca me deixaram desanimar e me ajudavam demais”. A ausência do pai, o ex-lateral-esquerdo Robson Mattis, foi sentida, mas já ficou no passado. Os dois voltaram a se falar e, hoje, são grandes amigos. “A primeira vez que vi meu pai após isso foi 10 anos depois, em 2012. Depois, ele sumiu de novo e voltamos a nos falar de um ano e meio para cá. Lembro que nos falamos no intervalo de um jogo em Natal, onde ele morava, e depois fomos tomar um café. Esqueci que ele era meu pai, conversamos como amigos”. Mattis prossegue. “Hoje, já resgatamos isso, ele me dá conselhos, torce por mim. Ele sentiu mais que os filhos, porque sabe que foi ele quem largou, sabe? Mas isso acontece muito, não julgo. Nunca existiu mágoa nenhuma do meu pai”, diz ele, que contou com outra figura importante quando criança. “Em 2002, minha mãe casou com meu padrasto Renato. Pai é quem cria. Meu pai biológico criou até os 10 e ele até agora. Tenho dois pais”, conta ele, que é irmão de Vanessa Mattis e do também zagueiro Leonardo Mattis, 20 anos, que atua no Lemense, clube do interior paulista. Na vida, Mattis foi obrigado a amadurecer muito cedo. No futebol, quis crescer no seu tempo. “A minha primeira decisão como jogador, foi saber que seria zagueiro. Já tentaram me colocar como volante e eu vi que não era a minha. Volante corria demais e eu tinha dificuldade. Me empenhei muito e hoje tenho muita tranquilidade com isso, mas na época avisei logo: ‘Volante corre, tô fora. Vou voltar para a minha zaga”, brinca. Além de ter convicção da posição que gosta de atuar, Mattis também é um obcecado quando o assunto é sua saúde. “Infelizmente, já tive muito problema com lesão, mas todas articulares. Todo mundo pode evitar esse tipo de coisa se tiver boa alimentação, boa hidratação. Outra coisa, tem que ir sempre no dentista, porque uma cárie pode influenciar nisso. Poucos sabem e acho que todo atleta de alto rendimento tem que estudar muito, para render o máximo possível”, avalia. Além de tantos cuidados, ele também usa o tempo livre para estudar. “Jogar futebol é tudo que eu sei fazer, então tenho que fazer bem-feito. Eu vejo programa esportivo, leio jornal, vejo site, quero saber tudo. Além disso, quando sinto qualquer dorzinha, encho o saco do pessoal do departamento médico. Pesquiso na internet, quero saber o que tive, por que motivo, o que faço para melhorar. Meu corpo é meu instrumento de trabalho, tem que ser chato com isso”, acredita o jogador. Sonhos Nem só de superação vive o zagueiro do Vitória. Cheio de sonhos pessoais e profissionais, ele tenta não fazer muitos planos, mas admite que imagina como será o seu futuro. “A curto prazo, quero ser campeão com o Vitória e subir. A longo prazo, jogar em um clube europeu. Na verdade, o sonho da minha vida é jogar o Campeonato Inglês, não importa em que time. Eu vejo todos os campeonatos europeus em casa”, revela. Além disso, ele sonha em construir uma grande família com sua noiva, Thainá, com quem está junto há um ano e meio. “Queria juntar todo mundo. A minha família e a dela, que já se dão bem. Acredito que isso é possível com união e amor. Além disso, quero construir minha família com ela”, sonha. Mattis também sonha em fazer algo mais por sua “pequena”, literalmente, já que Thainá mede só 1,50 m. “Não penso nos meus planos do futuro. Minha noiva não teve chance de trabalhar, porque está sempre me acompanhando. Então, amanhã, quando ela virar para mim e disser que tem uma oportunidade, uma chance ou um projeto, vou com ela. Vai ser a vez dela e vou dizer: vou estar com você”.
Correio24horas

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