Júnior Cigano: "quero lutar aqui e fazer a alegria da Bahia"

Luiz Dórea sonha em ver Cigano numa Olimpíada

Quem já acompanha o MMA desde a época do mítico Royce Gracie, no UFC 1, em 1993, sabe como era improvável imaginar uma recepção tão popular quanto a que Júnior Cigano dos Santos teve na terça-feira (5) em Salvador, ao retornar dos EUA. Nocaute no americano Frank Mir no dia 26 de maio, cinturão dos pesos pesados do UFC defendido e muita expectativa no desembarque. Foi a segunda vez que o lutador, nascido em Santa Catarina, mas que adotou a Bahia como sua casa há dez anos, chegou como herói. A outra havia sido quando ele conquistou o cinturão, em novembro do ano passado. "Agora foi melhor! O carro dos bombeiros era maior, mais bem estruturado", se divertiu o campeão. De fato, Cigano curtiu o trajeto entre o aeroporto e a Governadoria, onde foi recebido por Jaques Wagner, em cima do caminhão dos bombeiros. De lá, recebeu o carinho de muita gente. Nos carros, nas passarelas e nos pontos de ônibus, muitos faziam o gesto com o punho cerrado. Até frentistas deram um tempo no trabalho para acenar. "Essas coisas me fazem forte. Saber que o pessoal gosta do que eu faço", disse Cigano. Luta aqui - A melhor forma de retribuir o carinho talvez seja dando ao povo baiano o que ele quer: ver Cigano lutar. No encontro com o governador, ele pediu ajuda para trazer uma edição do UFC para Salvador. "Eu quero lutar aqui e fazer a alegria da Bahia". Com a Arena Fonte Nova pronta em 2013 crescem as chances de Salvador receber um dos dez eventos que o UFC, segundo Cigano, teria programado para o Brasil no ano que vem. Nos bastidores, já se fala numa revanche entre Cigano e Cain Velásquez, lutador contra o qual o brasileiro conquistou o cinturão. "A caminhada pra chegar ao título é difícil. Mas pra mantê-lo, você passa a enfrentar somente os melhores", acredita. Numa categoria em que nunca um campeão defendeu seu cinturão por mais de três lutas, Cigano já é visto como o homem a ser batido. O problema é alguém se aproximar sem levar um direto da poderosa direita.

Cigano desfilou pela Av. Paralela e recebeu carinho dos fãs

Boxe? - Para Luiz Dórea, treinador de Cigano e o mesmo de Acelino Popó Freitas quando ele se sagrou campeão mundial do boxe nas categorias leves e superpenas, Cigano tem talento para alçar voos ainda maiores. Dórea sonha em ver o catarinense numa Olimpíada ou lutando por um título mundial no boxe, quem sabe contra um dos irmãos Vitali e Wladimir Klitschko, donos de cinco cinturões dos pesos pesados no esporte. "Hoje, Júnior é um peso pesado com habilidades de um peso leve. Ele tem técnica, eficiência e contundência. É um lutador fora do normal no boxe", elogia Dórea. E para mostrar que não é papo de treinador, tanto Vitali Klitschko quanto David Haye, ex-campeão dos pesados, elogiaram o boxe do lutador brasileiro através do twitter. "Isso é bom pro ego", diz Cigano. "A gente se vê lutando e enfrentando os melhores. Como eu amo muito boxe, já imaginei isso. Mas o principal objetivo na minha carreira agora é manter meu cinturão", afirma o campeão, que revela que seria uma honra lutar com um dos Klitschko.