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Mais desigual - por Eduardo Rocha

'Ficamos escanteados para a<br /> briga ilusória pela Sul-Americana, quando, na<br /> verdade, lutamos é contra a SérieB'

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18/03/2011 às 10:46 • Atualizada em 29/08/2022 às 17:53 - há XX semanas
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Os grandes empreendedores identificam oportunidades de negócio, analisam possibilidades e partem para a ação, boa parte das vezes impulsionados por lacunas de mercado. O jornalista J.Hawilla descobriu uma dessas brechas na década de 80 ao criar a Traffic, que se tornou um gigante do marketing esportivo.

Desde então, as empresas têm observado o futebol e reinventado suas ações. Atuam onde os clubes, em sua eterna vocação amadora, não conseguem trabalhar de forma consistente. Chamam isso de parceria. É o que possibilita ao Flamengo o sonho de contar com Ronaldinho Gaúcho, o que faz com que a volta de Adriano seja viável, ou transforma a vontade de repatriar Luís Fabiano em realidade.

É também o que torna o futebol brasileiro ainda mais desigual. Se o título já é impensável para clubes com 1/4 da receita de carros-chefe da televisão, como Flamengo e Corinthians, imagine que, agora, esses gigantes podem incrementar seus orçamentos para contratar jogadores antes impossíveis no mercado nacional.

Salários que chegam a R$ 1,8 milhão/mês. E o que o Bahia pode oferecer em troca ao seu torcedor? Promessas e mais promessas de Corinthians e Flamengo, a garotada que perde espaço com a chegada dos grandes nomes da bola brasileira. Mais uma vez, a briga pelo Campeonato Brasileiro fica restrita a cinco ou seis clubes, os mesmos que concorrem por vaga na Libertadores.

Ficamos nós, então, à margem da disputa real, de fato, escanteados para a briga ilusória por espaço na Copa Sul-Americana, quando, na verdade, lutamos mesmo é contra o gosto pela Série B. O Brasileirão das estrelas qualifica o espetáculo e exclui. Mas é assim pelo mundo da bola civilizada, europeia: Itália, Espanha, Inglaterra... Quem sabe não é chique?

Solução - A discussão surgiu no blog de Juca Kfouri, em fevereiro, quando eu ainda curtia férias. E foi um leitor quem alertou para o exemplo americano. A NFL, a liga do futebol deles, distribui os valores de transmissão igualmente entre os clubes, o que significa dizer que o time dos cafundós dos EUA tem, ao menos financeiramente, as mesmas chances das grandes equipes. E o Superbowl, a finalíssima da competição, tem a audiência de 100 milhões de americanos.

A MLB é diferente. Na verdade, igualzinho ao nosso modelo. No baseball, é cada um por si e o dinheiro pelos grandes. E talvez por isso os nanicos nunca cheguem às finais, nunca apareçam, nunca cresçam. A final tem 85 milhões de espectadores a menos. Quem sabe não escolhemos o caminho errado...

Eduardo Rocha é editor de Esporte e escreve às sextas-feiras. Coluna publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 18 de março de 2011

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