A permanência do diretor de futebol, Anderson Barros, e o aumento do número de jogos na Fonte Nova são pontos fundamentais no projeto que Vagner Mancini tem para o Vitória em 2016. Na Toca do Leão desde junho, o técnico ainda negocia a renovação de seu contrato com a diretoria rubro-negra, mas já está sugerindo nomes para o elenco do próximo ano. Em entrevista ao CORREIO, Mancini falou a respeito desses assuntos e também sobre o último jogo do ano, sábado, contra o Santa Cruz, no Recife, quando pretende observar atletas que não tiveram tanta oportunidade ao longo da Série B. Titulares absolutos como Pedro Ken, Rhayner e Escudero dificilmente estarão em campo. Depois do acesso de sábado, você e a diretoria do Vitória já conversaram sobre a renovação do seu contrato?Ainda não teve a conversa. O que teve foi uma semana atrás, nós sentamos e conversamos que após o acesso nós sentaríamos e conversaríamos pra acertar ou não acertar. Nós esperamos o jogo de sábado, a confirmação do acesso e essa semana a gente vai começar a conversa. Segunda (ontem) e terça-feira (hoje) eu nem vou no Barradão, então não há a menor chance até quarta-feira. Depois a gente vai tentar marcar um dia e conversar. Mesmo se passar o jogo do Santa Cruz, nós temos recursos através de celular e mídia que a gente pode ter um diálogo. O mais importante nessa hora é que o desejo do Vitória é manter o treinador e o do treinador é se manter no Vitória. A gente já não parte do zero, já parte de uma conversa avançada. Tem que ser apresentado um projeto. Não pode renovar por renovar. Hoje no futebol as coisas têm que ser encaradas de uma forma muito racional e espero que seja apresentado um projeto pra que a gente possa construir uma coisa bacana. Vou fazer de tudo pra ficar no Vitória. Se não acontecer é porque houve alguma diferença em termos de ideias.
Vagner Mancini diz que vai conversar, mas afirma que quer seguir no comando do Leão em 2016 |
Você recebeu proposta de outros clubes?
Eu já tive sondagem de alguns clubes, até de fora do país, mas a minha prioridade é ficar no Vitória, ficar em Salvador, onde eu me sinto bem, sou querido. Eu gosto do clube e até mesmo quando eu estou dirigindo outros clubes, eu estou ligado no Vitória. Alguns clubes te marcam e o Vitória foi um deles, então eu estou sempre acompanhando as notícias. É um momento de ter calma, de saber que do outro lado tem o clube com sua estrutura, que quer também acertar alguma coisa bacana. Por último, a gente deixa o aspecto financeiro. Eu acho que isso não vai ser o ponto fundamental caso não haja acordo. Nesse sentido (financeiro) a gente vai chegar a um acordo.
Tem que manter a base do atual elenco para a Série A?Fundamental em primeiro lugar seria a permanência do (diretor de futebol), Anderson Barros, que é um cara que tem a visão do futebol que o Mancini tem. O meu trabalho foi muito facilitado pela experiência e dinâmica de trabalho do Anderson Barros. Anderson Barros antes tem que acertar a parte dele com o clube. Depois passa para o treinador. É uma norma do clube. Aí depois a gente fala dos atletas. É óbvio que você não pode descartar uma base que subiu. Ali tem vários atletas que serão úteis na Série A, mas é óbvio também que outros atletas vão ter que chegar, porque o Vitória não pode disputar com essa equipe a Série A. Com certeza, outros jogadores vão chegar. Alguns nomes já foram marcados, já estão sendo analisados.
O meu contrato vence no dia 28 de novembro, então até lá eu tenho por obrigação passar todos os nomes que eu acho que se encaixam no perfil do Vitória para 2016 independentemente de eu acertar ou não. Nós estamos falando sobre muitas coisas, mas ainda não sentamos para direcionar. Quando a gente fizer isso, a conversa não vai ser muito longa, porque durante esse tempo todo a gente já alinhavou uma série de coisas que na hora de tomar decisão a gente não vai partir do zero.
Mancini autografa bandeira do Vitória durante participação no Globo Esporte (Foto: Evandro Veiga/Correio) |
Sábado, contra o Santa Cruz, você vai escalar o mesmo time que conquistou o acesso contra o Luverdense ou vai liberar alguns atletas?Dificilmente o Vitória vai entrar com o time que vem jogando, até porque eu tenho atletas que vêm jogando no sacrifício. Foi assim com Pedro Ken, Rhayner, Escudero, Diogo Mateus, Ramon. Esses atletas dificilmente estarão em campo. A minha ideia é montar um time diferente, a não ser que esses atletas façam questão de jogar. Não acredito. Acho que todos eles já fizeram bastante este ano, é a oportunidade de outros atletas jogarem, para alguns serem testados e pra que a gente possa fazer com outros atletas aquilo que foi feito com Fernando Miguel no último jogo: dar oportunidade porque eles também fizeram parte do grupo, jogaram e tiveram boas atuações.
Se a renovação do seu contrato for acertada, você vai querer que o Vitória jogue mais vezes na Fonte Nova?Vou dar minha opinião aqui, coisa que eu não fiz ao longo de todo este ano pra não magoar A, B ou C. O Vitória tem que jogar na Arena Fonte Nova também. Ele não pode ficar restrito ao Barradão. A grandeza de um clube se mede exatamente por essas coisas. O Barradão é o estádio do Vitória e o Vitória vai jogar jogos ao longo do ano no Barradão, mas não pode de maneira alguma deixar de jogar na Arena Fonte Nova, onde o torcedor pode ir com a família, com os avós, com os filhos, sobrinhos.
Na Fonte Nova o acesso é muito melhor, a saída, a segurança, a visibilidade, em relação à chuva, ao sol. É óbvio que todos nós gostamos de jogar no Barradão, a gente treina diariamente no Barradão, eu me sinto bem lá, mas o torcedor do Vitória e todo mundo que faz a política do Vitória têm que entender que faz parte da grandeza de um clube jogar em uma arena moderna, que pode proporcionar ao seu torcedor uma segurança muito grande. Eu acho que o Vitória pode alternar os jogos, alguns no Barradão e outros na Arena, mas já determinar a quantidade de jogos. Jogar mais no Campeonato Baiano no Barradão e no Campeonato Brasileiro jogar mais na Arena. Se o jogo for na Arena, você tem a condição de ter um público maior. Foi visto agora nesse último jogo, diante do Luverdense, a força dessa torcida, que botou mais de 40 mil, que quase chegou num público de Seleção Brasileira.
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