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Marquinhos lembrou do irmão e chorou depois de marcar |
Depois de sete meses sem balançar a rede, Marquinhos chorou pra voltar a sorrir. O garoto de 21 anos revelado no Vitória deu banho de cuia no goleiro e fez um golaço no 2x0 contra o Salgueiro, sábado. Comemorou em meio às lágrimas e homenageou o irmão Edmundo, morto em 2000. Após duas cirurgias na virilha e diversas lesões, o atacante está reescrevendo sua história nos gramados. Na segunda, ele confessou que, em 2010, pensou até em encerrar a carreira.
Por que você chorou durante a comemoração do gol?Lembrei do meu irmão na hora. Foram muitas mensagens que ele deixou pra mim antes de perder a vida. Naquele momento em que fiz o gol, lembrei dele e dediquei o gol pra ele. Toda vez que lembro dele eu choro. Ele foi um pai pra mim e devo esse rumo do futebol pra ele.
Foi o gol mais bonito da sua carreira?Foi um dos mais bonitos, mas esse tá em segundo ou terceiro. O gol mais bonito que eu fiz foi contra o Náutico, em 2008, aqui no Barradão.
O técnico Vagner Benazzi te escalou de segundo atacante. Você se sente mais confortável jogando nessa posição?Me sinto bem, porque chego no ataque com mais facilidade. Gosto de jogar na meia também, mas devido ao tempo que fiquei parado é complicado. Ainda não estou muito confiante pra jogar de trás chegando na frente porque ainda não estou em boas condições.
Além do esquema tático, o que mudou aqui com a chegada do Benazzi?Foi uma boa pra gente. Ele chegou aqui já dando força positiva pro grupo. Ele conversa com os jogadores, dá mais tranquilidade pra gente e quando chega dentro de campo a gente tem que retribuir essa gentileza que ele faz antes do jogo.
Por que você não conseguiu se firmar no Palmeiras? Já cheguei fazendo cirurgia. Depois me machuquei e fiz outra cirurgia. Foi complicado pra mim, eu cheguei e por causa das contusões não consegui jogar. Foi meio complicado jogar lá, fiquei quase um ano parado.
E no Flamengo? Lá eu tava buscando, começando a jogar, mas não tava sendo aproveitado. Também me contundi. Faltou oportunidade dentro de campo e também eu joguei em uma posição que não é a minha. Lá, na maioria das vezes, eu joguei de lateral, é uma coisa que nunca tinha feito na minha vida. Era complicado jogar numa posição que não era a minha e a cabeça também não ficava boa.
Depois que saiu do Vitória, você pensou em desistir do futebol em algum momento?Quando eu estava no Flamengo. Pensei em desistir devido a essas contusões. A contusão é uma coisa que deixa o jogador muito chateado. Mas sempre conversava com meus pais e com meus irmãos e eles sempre me deram força. Isso me deu ânimo pra erguer a cabeça.
Hoje você já se sente plenamente confiante?Ainda não me sinto confiante. Tô buscando isso nos treinos e nos jogos. Aos poucos, vou perder o medo. Essa falta de confiança é por causa das contusões que eu tive, fica na minha mente e me prejudica muito. Tenho que perder esse medo e ter confiança.