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Time dos sonhos BaVi, Mário Sérgio, o vesgo bom de bola

Na festa do título estadual de 72, Mário Sérgio não ficou nu, mas o jogador nem sempre se vestia como devia quando acabava o treino

• 02/02/2011 às 9:20 • Atualizada em 29/08/2022 às 4:15 - há XX semanas

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ReproduçãoMarginal! Vagabundo! Sem-vergonha! O que Mário Sérgio Pontes de Paiva já ouviu dos cartolas...Tudo por causa do jeitão meio largado, que dava uma ideia bem oposta da imagem esperada pelos dirigentes de um profissional exemplar.

No tempo que Mário Sérgio apareceu para o futebol brasileiro, esta preocupação com imagem não era tão relevante assim entre os jogadores. O que valia mesmo era a bola no pé. E quando ela chegava no canhoto de Mário Sérgio, coitado dos laterais!

Para começar, basta lembrar que Mário era apelidado de Vesgo. Não que tivesse qualquer problema na vista, ao contrário, enxergava até bem demais. Olhava para um lado e a defesa se posicionava toda para esperar o toque ou o lançamento. Aí, ele simplesmente invertia e tocava ao contrário.

Se olhava para a esquerda, a bola ia pro outro lado. A imagem de Mário Sérgio em campo também ajudava a turma da inveja a investir no preconceito contra o super-craque do Vitória de 1971 a 1974. O meião, ele fazia questão de arriar até a canela.

A camisa, nemsempre ficava por dentro do calção. Era por fora, e bem folgado na, quase um vestido sobre o calção curto daqueles bons tempos românticos. Só quando o juizão marcava em cima é que ele ajeitava o uniforme.

Computadores - Se o jeitão largado de Mário irritava os cartolas e os conservadores, por outro lado, era a melhor forma de encantar os torcedores, admirados com o futebol de dribles rápidos e incríveis jogadas de linha de fundo do genial Vesgo.

As declarações de amor eram recíprocas. “Se o Vitória vencer o jogo, vou dar todo meu material. Vou sair de campo de sunga. Só não saio nu porque complica”, anunciou, antes da final do campeonato de 1972, que o Vitória venceu por 3x1. Na festa do título de 72, Mário não ficou nu, mas o jogador nem sempre se vestia como devia quando acabava o treino. Dizem que embarcava no seu carro modelo SP-2 do jeito que saía do chuveiro, ainda pingando água, e assim saía dirigindo por aí.

Era no campo do Perônio que aquele saudoso time do Vitória treinava. O nome vem dos ossos quebrados por conta da dureza do piso em atrito com as pernas. Também ficaram famosas as brincadeiras de tiro ao alvo que assustavam dona Tidinha, a querida cozinheira do clube que, entre um treino físico e outro, servia Ki-Suco, um refresco feito de um granulado com sabor artificial de frutas diversas.

Foi esse amoroso Vitória de Tidinha que fez o Vesgo desistir de vez da carreira de técnico em computador, no tempo que as máquinas eram do tamanho de uma geladeira, e cada comando demorava duas horas para surtir algum efeito. Virar o jogo de um lado para o outro e endoidar as defesas era bem mais rápido e divertido.

*Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio do dia 2 de fevereiro de 2011

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