As lentes de contato são como chuteiras para o jovem Esdras. Sem elas, o volante não consegue pisar no gramado e jogar sua bola. Com 2,5 graus de astigmatismo no olho esquerdo e um grau de miopia no direito, o menino de 21 anos usa lentes em todos os treinos e jogos desde 2009.
Hoje, quando o Leão entrar no gramado do Barradão, às 20h30, pra enfrentar o Serrano, pela 2ª fase do Baiano, Esdras já estará de lente há pelo menos uma hora. Isso porque ele, como já é de costume, vai colocá-las ainda na concentração, antes mesmo da preleção de Antonio Lopes.
Em dia de treino, o volante põe as lentes em casa, um apartamento que divide em Piatã com Junior Timbó e Neto Coruja. Pra garantir, sempre carrega consigo um par reserva.
Em janeiro desse ano, ainda quando era mais um entre tantos garotos da base em busca de espaço no time profissional, o menino de Porto Seguro com oito anos de Vitória teve uma boa notícia. Após exame de revisão, o oftalmologista o informou que o grau dos dois olhos havia estabilizado. Nos últimos quatro anos, tempo em que tem ciência de seu problema de visão, foi a primeira vez que o grau não aumentou.
Nesses dois anos com as lentes, Esdras tem a sorte de nunca ter levado uma bolada nos olhos ou uma mãozada na cara, comum nos jogos, ainda mais para um volante, sempre na caça dos adversários. "O único susto que levei foi quando perdi durante um treino", diz ele que completa hoje o nono jogo no profissional do Vitória. Será a quinta partida seguida como titular.
Matéria publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 23 de março de 2011
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