Christian Esmério não teve tempo de postar nas redes sociais aquela foto tão esperada pelos meninos que jogam nas categorias de base: sentado em uma cadeira, com um sorriso no rosto e uma caneta na mão, prestes a assinar o primeiro contrato como jogador profissional. Vítima do incêndio que matou dez jogadores na manhã de sexta-feira, no centro de treinamento do Flamengo, ele já tinha acertada a mudança de status com o clube rubro-negro.
Faltava apenas completar 16 anos, o que aconteceria em março. Esmério receberia a notícia de surpresa de Renan Costa, seu empresário. O problema é que ele não teve tempo. O fogo no alojamento no Ninho do Urubu o impediu de viver essa alegria.
- Ele era um garoto sensacional, adorava uma resenha. Na sexta-feira da semana passada, liguei para ele e disse que tínhamos uma boa notícia. Ele ficou todo curioso, começou a querer saber o que era, mas eu disse que só contaria pessoalmente. Não consegui.
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Dos garotos do sub-15 do Flamengo, Christian era um dos mais promissores. Com passagens pela seleção de base, observado por clubes do exterior, era tratado quase como uma realidade. Novo, ganhou altura rapidamente, com estatura promissora para a idade - possuía 1,90m e 84kg. Adiante, cresceria ainda mais e melhor. Um vídeo na internet, em que manda um recado para si mesmo no futuro, mostra um garoto recomendando humildade para um adulto. O que sobrou foi o sonho interrompido no caminho.