Redação Goal
Zico é um dos maiores jogadores da história do futebol mundial, ídolo incontestável do Flamengo. Como se não bastasse, o Galinho de Quintino também um dos principais artilheiros da Seleção Brasileira, com 66 gols em 88 jogos. O ex-camisa 10 conhece como poucos a pressão de liderar a Canarinho. Em 1982, foi uma das referências da equipe apontada por muitos como a maior Seleção Brasileira da história, que, no entanto, acabou sendo eliminada pela Itália no Mundial daquele ano.
Com todo esse conhecimento de causa, o eterno craque conversou com o Brasil Global Tour e a Goal, quando abordou temas, como a responsabilidade de Neymar no time de Dunga, influência do mercado chinês na Seleção e também falou sobre a mudança de comando na Fifa. Confira o bate papo completo com Zico:
Brasil Global Tour: Este ano o Brasil tem duas competições pela frente, Copa América e Olímpiadas. Se tivesse que priorizar uma por você optaria?
Eu acho que não tem essa questão de priorizar, são duas competições importantes e o Brasil participando tem que participar para ganhar as duas. Na Olímpiada ainda não conseguimos uma medalha e Copa América é uma Copa América especial, que acho que o Brasil tem que jogar com sua força máxima. Se tem o nome do Brasil em uma competição tem que jogar sempre para ganhar e isso ser sempre uma prioridade.BGT: Recentemente o Dunga comparou as responsabilidades de Neymar na Seleção como as que você, Pelé e Falcão carregavam. Como era isso para você?
"Quando você começa a se destacar, em qualquer setor, a responsabilidade aumenta e você tem que saber assumir isso, que é um sinal de que você tem qualidade, que você tem potencial. Eu gostava quando as pessoas cobravam de mim. Por isso, eu sabia que tinha algo de diferente. Quando as coisas funcionam bem os louros vão mais para você, quando acontecem as coisas negativas, as cobranças vem maiores para você também. O Neymar está totalmente preparado para isso o que não pode é você ficar na dependência desse ou daquele jogador para decidir alguma coisa, para decidir um jogo ou um grande campeonato. Um grande jogador consegue vitórias, mas não consegue títulos. Você tem que ter um grande time ao lado para poder dar suporte para que a equipe se torne competitiva.BGT: Nos últimos dois anos a China tem levado vários jogadores brasileiros, entre eles alguns jogadores de Seleção. Como você como essas investidas dos chineses?
Isso é fruto do bom momento econômico que vive a China na parte do futebol e com isso é lógico que começam a pegar grandes nomes, não só do Brasil. Você vê que eles buscaram jogadores que estavam jogando em outros centros e de outras seleções. Então, eu acho que isso é um momento normal, o Japão já viveu isso também. O importante é estar atento para ver a performance desses atletas porque o campeonato não é tão competitivo como o da Europa por exemplo. Então é sempre bom quando for feita alguma avaliação de convocação estar em dia com o que está acontecendo com eles naquele novo mercado.BGT: O que achou da eleição do Infantino para Presidente da FIFA?
Foi uma eleição mais do que esperada. A força não é do Infantino e sim da UEFA. Qualquer nome que a UEFA botasse ali seria um candidato em potencial. Agora é a oportunidade que ele tem de mostrar seu conhecimento, ele nunca foi protagonista sempre ficou ali atrás dos bastidores ajudando a entidade. Agora é a hora de mostrar competência em benefício do futebol mundial. Ele não pode olhar só para a UEFA, tem que olhar para o mundo porque a FIFA é o mundo do futebol. Ele deu boas entrevistas, falou que conhece os problemas que podem ser solucionados e espero que isso aconteça realmente e faça uma boa administração para que a FIFA volte a ter credibilidade no futebol.Veja também:
