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O juiz ladrão - por Jony Torres

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28/03/2011 às 8:20 • Atualizada em 29/08/2022 às 17:45 - há XX semanas
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Pega ele, pega este ladrão safado, pega. Mas, cadê ele? A gente ouve a turma gritar bem alto que o moço com o apito na mão é ladrão, mas existe o juiz ladrão? O Nelson Rodrigues foi o cara que eternizou o título aí em cima e hoje, como outros colegas já fizeram, uso suas palavras para questionar se existe o Leviatã que rouba a beleza das vitórias conquistadas com talento e garra, como foram as de ontem da dupla Ba-Vi.

Mesmo apaixonado pelo Nelson, torcendo pelo mesmo time e influenciado pelas suas palavras, não vou cair nessa de chamar nenhum juiz de ladrão. Não sei quem já viu, nem me disseram quem recebeu por um resultado ou outro, então, na minha avaliação jornalística, não tem juiz ladrão atuando na Bahia. Mas também não dá para dizer que não há culpados por tanta reclamação como vimos ontem em Feira de Santana, onde a torcida até faixa levou para criticar a arbitragem. A partida, na qual o Vitória sufocou o Feirense e construiu o triunfo no 1º tempo, não foi marcada pelos lances polêmicos e nem lembramos quem apitou.

Em Pituaçu, onde o Dodô destruiu o jogo, na melhor linguagem boleira, ninguém notou o dono do apito. Tudo isso porque não foram cometidos erros decisivos. Nós erramos, sejamos jornalistas, locutores, comentaristas, torcedores e dirigentes, além dos árbitros, mas para termos credibilidade devemos sempre mostrar que estamos nos aperfeiçoando para sermos bons profissionais, mas é justamente profissionalismo o que falta no quadro de arbitragem da Federação Baiana de Futebol (FBF), aliás, não existe em nenhuma federação.

No Brasil, a turma de preto vive dividida. Longe dos gramados, batalham pelo sustento das famílias como policiais, advogados, professores de educação física, comerciantes, etc. Mas, quando chega o dia de atuar de forma decisiva na vida de muitos torcedores, jogadores e clubes, eles são os amadores. Você já pensou se no seu trabalho as decisões mais importantes fossem tomadas por amadores, ainda que esforçados e bem intencionados?

Não que a turma que hoje apita o campeonato deixe de ter comprometimento, responsabilidade e qualidade para apitar, mas com tantas câmeras mostrando ângulos de visão incapazes de serem alcançados por um ser humano, é essencial que os erros sejam minimizados com uma excelência na formação do profissional árbitro de futebol e isso só vai vir quando eles forem totalmente dedicados ao honroso ofício de ser juiz de futebol, com carteira assinada e tudo.

Por enquanto, como não tenho fontes nem provas, acredito que juiz ladrão só existe na voz do torcedor lá na arquibancada e nem adianta trazer árbitros amadores de outros estados. É preciso alguém ter a coragem e capacidade de tornar profissional o distinto homem de preto que influencia o destino das paixões de milhares de pessoas.

Jony Torres é jornalista da TV Bahia e escreve às segundas-feiras.
Coluna publicada na edição impressa do jornal Correio* do dia 28 de
março de 2011

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